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Mantega: Fundo pode comprar dólares se houver sobras

Por FERNANDO NAKAGAWA E FABIO GRANER
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu detalhes hoje sobre o funcionamento da "função cambial" do Fundo Soberano do Brasil (FSB). Em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, ele explicou que o fundo poderá usar parte dos R$ 14 bilhões previstos para a sua constituição, com o objetivo de comprar dólares no mercado. "Esses reais podem comprar os dólares caso haja excesso da moeda estrangeira". Segundo ele, essa ação será "coordenada com o Banco Central". Mantega observou, porém, que a atuação do FSB no câmbio não será determinada apenas pelo excesso de dólares. "Claro que em um momento de inflação em alta, não é bom apreciar o câmbio", disse, ao comentar o efeito de eventuais compras na cotação da moeda. Com os dólares em caixa, o FSB poderá comprar títulos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), explicou Mantega. A partir deste momento, o fundo ficará com os títulos em carteira e o BNDES, com os dólares. Esses recursos poderão ser usados pelo BNDES para apoiar iniciativas brasileiras no exterior, explicou o ministro. "Não é um fundo empresarial. O BNDES é que vai fazer isso", afirmou ao comentar que a alocação de recursos ficará sob responsabilidade do banco de fomento e não com o Tesouro Nacional. Mantega explicou aos parlamentares que os títulos que, eventualmente, venham a ser adquiridos pelo FSB têm de ter rendimento mínimo equivalente ao da taxa Libor, referência do mercado londrino. "Isso vai garantir um rendimento maior que o das reservas atualmente", explicou. A formatação do FSB prevê ainda que o conselho de administração do fundo terá de divulgar relatórios a cada seis meses com o balanço das atividades. "Será um fundo transparente", disse Mantega, que comentou também que no futuro o fundo receberá os recursos oriundos do petróleo. "O FSB é um instrumento oportuno para colaborar com o combate à inflação e também na questão da valorização cambial."

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