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Mantega: fundo soberano vai formar poupança pública

Por RENATA VERÍSSIMO E ADRIANA FERNANDES
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que o fundo soberano que o Brasil irá criar terá três objetivos. Um deles é formar uma poupança pública para usar em uma situação anticíclica. O ministro disse que hoje a arrecadação está crescendo, mas que, em caso de haver uma desaceleração, os recursos do fundo poderão ser usados. Outro objetivo será apoiar projetos de interesse do Brasil no exterior, o que ajudaria a enxugar os dólares dentro do País. Por fim, melhorar a rentabilidade financeira dos ativos brasileiros. Mantega explicou que as reservas internacionais precisam ser aplicadas de forma conservadora, por isso os recursos do fundo podem buscar uma rentabilidade maior. "Estamos falando de um excedente além das reservas. Em fazer uma aplicação um pouco mais rentável, mas lembrando que, como se trata de aplicação de moeda estrangeira, o retorno nunca é muito grande", disse. Sobre os objetivos, Mantega acrescentou que "estamos misturando um pouco de cada fundo dos outros países". O ministro informou, na entrevista coletiva à imprensa para anunciar a criação do fundo, que o Brasil será o 36º país a contar com este mecanismo. Ele citou experiências de outros países, como Chile, China, Rússia e Noruega. Segundo o ministro, a maioria dos países que criaram fundo soberano tinha fluxo grande de recursos externos, como é o caso do Brasil. De acordo com ele, o Brasil tem tido uma entrada de recursos externos considerável. Lembrou ainda que as reservas internacionais estão no patamar de US$ 200 bilhões e que o Brasil já é credor no setor externo e tem uma forte perspectiva de recursos do petróleo. Mantega afirmou ainda que a política fiscal é consistente e tem conseguido um superávit primário maior que a meta deste ano, o que levou em março a um superávit nominal. "Desse ponto de vista, significa que temos recursos excedentes que podem ser poupados", afirmou.

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