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Mantega: governo vai ajudar agricultura e construção

Por CAROLINA RUHMAN E CÉLIA FROUFE
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o governo está "prestes" a aumentar de 65% para 70% a parte da poupança rural direcionada à agricultura, de forma a disponibilizar mais recursos para o setor. A medida deve acrescentar R$ 2,5 bilhões ao setor, calculou o ministro. Ele destacou que o Banco do Brasil já liberou outros R$ 10 bilhões para a agricultura. Segundo o ministro, a medida poderá ser anunciada amanhã pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Mantega, no entanto, observou que o CMN precisa primeiro criar uma resolução e depois aprová-la, mas a partir deste momento a liberação dos recursos será rápida. "Não parece haver motivo para uma redução da safra 2008/2009", disse Mantega, que concedeu entrevista à imprensa após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco Lima Neto, e a presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Coelho. "De modo geral, estamos dando conta das questões de falta de crédito na agricultura", avaliou. Construção Mantega disse também que o governo está elaborando uma medida para ajudar as construtoras que se capitalizaram em 2007 e sinalizam agora falta de capital de giro. Ele informou que o governo está montando um sistema para viabilizar de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões para essas empresas. "A liberação dos recursos será feita ou através do BNDES, que já apresentou uma proposta ao governo, ou via CEF, através de participação acionária", relatou Mantega. "Uma das duas medidas será tomada nos próximos dias." Sem citar prazos, o ministro explicou que a medida para ajudar as construtoras deverá ser tomada logo após a do setor agrícola. Crise Mantega afirmou que o presidente Lula convocou a reunião de hoje para fazer uma avaliação da situação econômica, financeira e de crédito no País. Segundo ele, foram discutidas as medidas que o governo brasileiro está adotando, assim como as ações dos governos norte-americano e europeus. O ministro vê uma possibilidade de que as medidas, classificadas como "fortes", "já estejam surtindo algum efeito". Ele reconheceu que a crise "não vai terminar tão cedo", mas destacou que a superação da atual fase já seria um passo importante. "Se isso se concretizar, poderemos sair da fase aguda dessa crise e passar para outra fase", disse. Mantega destacou que o governo tem tomado medidas para aliviar os problemas de crédito e liquidez que, em sua visão, são as principais questões dessa crise que atingem a economia brasileira. PAC O ministro também afirmou que o governo continuará mantendo os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de olho, principalmente, na necessidade de manter uma política anticíclica para evitar a desaceleração econômica. Ele admitiu que o nível dos investimentos poderá até desacelerar, mas fez questão de frisar que os investimentos do PAC serão mantidos.

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