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Mantega nega decepção com PIB do 1º trimestre

Ministro da Fazenda acredita que crescimento deve ficar em 4,5% neste ano

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Por Redação
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta quarta-feira, 13, ter ficado decepcionado com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano. "Os números podem sofrer oscilações ao longo do ano. O mais importante é o resultado final, que eu acredito que ficará em 4,5% este ano", afirmou em entrevista à TV Bloomberg. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira apresentou expansão de 0,8% nos três primeiros meses do ano ante o quarto trimestre de 2006, e de 4,3% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Mantega destacou a manutenção da expansão da economia, que acumula 14 trimestres consecutivos de alta, o que, segundo o ministro, caracteriza um ciclo de crescimento sustentado. "O País continua a crescer de forma robusta, com o aumento dos investimentos e da geração de empregos", comentou. O ministro disse também esperar por uma aceleração da atividade econômica nos últimos dois trimestres do ano, em conseqüência da sazonalidade do período. Juros O ministro foi cauteloso ao comentar se o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) abre espaço para uma redução maior da taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 12% ao ano). "Nem mesmo o Copom sabe o que vai fazer até a véspera da decisão", afirmou. Porém, ele observou que não vê motivos para o processo de redução ser interrompido. "Temos que olhar os juros de longo de prazo para ver o que vai acontecer com a taxa, e eles indicam que a Selic continuará em queda", comentou, em entrevista à TV Bloomberg. Segundo o ministro, o País vive uma situação muito confortável de inflação, que se encontra abaixo do centro da meta. "Não vejo nenhum analista defender o fim do processo de redução dos juros", ressaltou. A respeito da meta de inflação para os próximos anos, que será definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na última semana do mês, Mantega defendeu a manutenção dos atuais 4,5% ao ano. "Na minha opinião, essa meta de inflação deu certo", afirmou. Para o ministro, o valor permitiu uma combinação de juros menores com um maior crescimento da economia. Segundo Mantega, no passado, quando o governo estabeleceu um valor muito baixo para a meta, o BC ficou "nervoso" e o Copom acabou elevando a taxa de juros com receio de não alcançar o objetivo. O ministro avaliou ainda que uma meta mais flexível permite ainda uma eventual absorção de flutuações inflacionárias temporárias, sem o risco de o BC "puxar o freio" da economia. Câmbio Mantega admitiu ainda que a valorização do real frente ao dólar é inevitável diante da melhoria dos fundamentos da economia brasileira. "Não se pode esperar um País forte com uma moeda fraca", afirmou. Mantega disse que foi por conta dessa tendência que o governo tomou as medidas, anunciadas na terça, para ajudar os setores mais prejudicados pela queda da competitividade nas exportações, como o têxtil, de calçados e eletroeletrônicos. "Como o governo nunca nada em recursos, é preciso direcioná-los para os segmentos com maior necessidade", observou. Ele lembrou que grandes exportadores, como os produtores de commodities, possuem maior acesso a financiamentos e vêm se beneficiando da elevação dos preços dos produtos em dólar no mercado externo. Ainda sobre o câmbio, o ministro disse que é função do governo tomar medidas para evitar o excesso na valorização do real. Dentro desse esforço, ele citou as medidas anunciadas pelo Banco Central na última sexta-feira para reduzir a exposição cambial das instituições financeiras. Mantega afirmou que as mudanças ainda não tiveram tempo para surtir efeito nas cotações, já que duas das três alterações entram em vigor apenas a partir do dia 2 de julho, prazo dado para que os bancos se adaptem às novas regras. Matéria atualizada às 13h49

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