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Mantega prevê crescimento econômico menor nos próximos trimestres

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o avanço do PIB não deve chegar ao 1,4% dos primeiros três meses do ano

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira que o crescimento econômico deverá ficar em média entre 1,3% e 1,5% ao longo dos próximos trimestres para que "a meta" de 4,5% para o ano seja alcançada. Ele explicou, em entrevista coletiva, que o crescimento do segundo trimestre deverá ser menor do que o 1,4% do primeiro trimestre. Mantega espera, no entanto, uma aceleração do crescimento a partir da segunda metade do ano. Ele comentou que isso deverá ocorrer, inclusive, em função do efeito pleno do aumento do salário mínimo, que deverá se dar ao longo do ano. O ministro ressaltou que o desempenho da economia é acompanhado de uma elevação dos investimentos. Ele lembrou que, no primeiro trimestre deste ano, a taxa de formação bruta de capital fixo ficou em 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 20% de igual período do ano passado. O ministro disse que a taxa de crescimento atingiu seu pico no primeiro trimestre de 1994, quando atingiu 24% do PIB. "A partir daí, a taxa de crescimento iniciou uma trajetória de queda", afirmou. O piso da taxa de investimento, explicou, foi registrado no segundo trimestre de 2003. A partir do terceiro trimestre daquele ano, a taxa de investimento iniciou uma trajetória de alta, com oscilações. Possibilidade Mantega explicou ainda que, com o atual ritmo de expansão dos investimentos, a economia brasileira pode crescer, em 2007, 4,75%, e, em 2008, 5%. "Nada impede que este crescimento seja maior, mas preferimos manter uma projeção conservadora", disse ele durante entrevista coletiva para falar sobre o avanço dos investimentos no País. O ministro projeta uma expansão de 9% nos investimentos na economia brasileira neste ano. "É o dobro do crescimento do PIB que esperamos para este ano e vai permitir uma expansão sustentável e crescente da economia". Ele destacou, sobretudo, a expectativa de elevação nos investimentos no setor de construção civil, que, respondendo às desonerações tributárias e ao aumento dos financiamentos disponíveis com juros mais baixos, devem subir 6,2%. Outro item anunciado foi o setor de máquinas e equipamentos que, no acumulado do ano até abril avançou 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Para o ano, o ministro projeta para o setor alta de 14,9%. "o crescimento expressivo na absorção de máquinas e equipamentos mostra que a economia está avançando com investimentos e com renovação do parque produtivo, com modernização e competitividade". Investimento O ministro ainda afirmou que o País pode ter no futuro taxa de investimento de 23% a 24% do PIB, que viabiliza uma expansão da economia de 5% a 5,5%. No primeiro trimestre deste ano, a taxa de investimento ficou em 20,4%. Segundo Mantega, uma série de medidas já são adotadas e devem continuar pode contribuir para a elevação dos investimentos. Entre elas a desoneração tributária, redução do custo financeiro - como a queda na Taxa de Juros a Longo Prazo (TJLP, atualmente em 7,5% ao ano) -, a criação de novos mecanismos de captação de recursos para as empresas e investimentos em infra-estrutura. "Tudo isto está em curso", afirmou. Ao ser questionado sobre se haveria alguma medida específica próxima de ser adotada, ele lembrou que, na semana passada, o governo reduziu a TJLP e que existem no Congresso projetos, como o da Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas, que reduzem o custo tributário das empresas e elevam os investimentos. Ele disse ainda que a estabilidade e a solidez da economia mostrada inclusive na turbulência recente do mercado financeiro estimulam a expansão dos investimentos. "Hoje, o Brasil é um país de longo prazo", afirmou ele ao término da entrevista coletiva. Este texto foi atualizado às 20h51.

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