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Mantega: promessas não cumpridas

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Por Redação
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Ante o cenário externo, é agora ainda mais urgente que o governo federal acelere, de maneira eficiente, as reformas estruturais e sinalize redução de gastos. O ministro Guido Mantega, que está prestes a completar 17 meses no comando do Ministério da Fazenda, não tem demonstrado pressa neste sentido. De sua posse para cá, o cenário econômico se manteve positivo, os juros básicos caíram de 16,5% para 11,5%, mas várias promessas de primeira hora, feitas por ele, continuam no papel, se é que chegaram a tanto. A Agência Estado compilou um interessante levantamento, feito com a ajuda da assessoria do ministro, sobre o andar da carruagem de sete dessas promessas e obteve o seguinte resultado: 1 - Desoneração da CPMF nos empréstimos: Será discutida no Congresso juntamente com a prorrogação da CPMF. 2 - Portabilidade dos empréstimos imobiliários: Medida complexa. Embora os estudos estejam avançados, não sairá no curto prazo. 3 - Portabilidade do crédito consignado: Medidas em estudo bastante avançado. 4 - Ajuda aos setores automotivo e eletroeletrônico: Medidas estão em estudo no Ministério do Desenvolvimento. 5 - Bônus (desconto) nas parcelas que vencem este ano da dívida agrícola de empréstimos para investimento: O governo vai baixar um decreto até o fim deste mês. 6 - Desoneração da folha de pagamento das empresas: Outra medida considerada muito complexa. Está em estudo, mas não tem prazo definido. Área técnica da Fazenda faz várias simulações com "diferentes situações". 7 - Medidas de longo prazo para conter o crescimento das despesas correntes do governo: O ministério considera que ela já foi cumprida com o envio ao Congresso do projeto de lei que limita o crescimento anual da folha de pessoal à variação do IPCA, acrescido de um índice real de 1,5% ao ano. E com a política de longo prazo do salário mínimo. O fato é que tanto o mercado como empresários acabaram se acostumando ao modo de trabalho de Mantega. Já entenderam que o anúncio de uma medida pode não passar de intenção de médio e longo prazo. IMPRESSÃO DIGITAL Convidado por Michael Geoghegan, presidente mundial do HSBC, Luis Eduardo Assis - segundo homem do banco no Brasil - será o único latino-americano no recém-criado conselho internacional do grupo financeiro britânico, composto por cinco membros. A missão do novo organismo é criar oportunidades de cooperação entre os gestores da instituição nos 83 países onde está presente. E buscar novas aquisições pelo mundo. Assis será responsável pela estratégia e pela análise dos negócios globais nas áreas de tesouraria, asset management, corretora, custódia, mercado de capitais, banco de investimentos, private banking e seguros. NA FRENTE CONFIANÇA Apesar das incertezas, o Ipea vai rever para cima a sua projeção de crescimento para 2007, uma vez que a anterior ficou realmente defasada em face da intensidade de crescimento da demanda, segundo conta o economista Fábio Giambiagi. "O número final sairá na segunda quinzena de setembro, pois, até lá, teremos um pouco mais de clareza sobre os efeitos desta crise em 2008." A revisão da projeção de 2007 será importante. LUZES Marcelo Junqueira, da Clean Energy Brazil, fala amanhã sobre a experiência de ter uma empresa listada na bolsa londrina, em evento da Britcham. A CEB, em dezembro de 2006, realizou sua oferta inicial de ações ali, captando 100 milhões de libras para serem investidas em projetos de açúcar e álcool no Brasil. Falará sobre antes ou depois da crise? TECNO A Nossa Caixa triplica, a partir de novembro, sua capacidade de processamento e armazenagem de dados. Investimento de R$ 22 milhões. SEQÜENCIA O Itaú dá seqüência à sua agenda de sustentabilidade com um seminário internacional sobre microfinanças nos dias 27 e 28, no auditório da FGV-SP. Farão palestra os brasileiros Ricardo Paes de Barros e André Urani, além de Jaime Pizarro, do Banco Estado de Chile, e Andre Laude, do IFC. COPOM NA PAUTA Os mercados internacionais continuaram ontem apreensivos em relação às condições de liquidez. Mas, mesmo assim, o dia foi mais tranqüilo e menos volátil. Por outro lado, foram enterradas as expectativas de o BC reduzir em meio ponto porcentual a taxa Selic na próxima reunião do Copom. As apostas, hoje, se concentram em corte de 0,25 ponto e zero. E há até quem acredite que o BC não vai apenas dar uma pausa na queda da Selic, mas iniciar ciclo de aperto monetário já em outubro. IDÉIA FIXA Paulo Zottolo, pelo jeito, tem uma fixação pelo Piauí. E não é de hoje. Em 2005, quando ainda dirigia a Nívea, em entrevista para uma revista semanal comparou: "A Nívea aqui era como Teresina, capital do Piauí: todo mundo sabe que existe, mas poucos conhecem." Detalhe: a mulher do executivo é natural do Estado.

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