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Mantega quer consumo sustentável; nega limitar crédito

Por ISABEL VERSIANI
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O governo quer evitar que o crédito e o consumo cresçam de forma insustentável ao longo dos próximos anos, mas não cogita restringir os prazos dos financiamentos, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta segunda-feira. Para garantir que o ritmo atual de crescimento da economia não tenha de ser "abortado", Mantega disse que serão concedidos estímulos para investimentos a setores-chave, como o automobilístico, aço e cimento. O objetivo é evitar descasamento entre oferta e demanda. O ministro também pretende se reunir com representantes dos bancos para obter garantias de que o nível de alavancagem das instituições é seguro. "Não estamos pensando em estabelecer limites de prazo para financiamentos", disse Mantega a jornalistas em entrevista concedida em seu gabinete. "Então não deve haver nenhuma preocupação, nenhuma atitude do consumidor, que vai continuar tendo oportunidade de comprar bens de consumo duráveis, televisores, geladeiras, automóveis, todos os bens que estão sendo consumidos pelos brasileiros." A questão do consumo, que tem sido o principal motor do crescimento econômico do país, vem preocupando a equipe econômica em meio à crise global de crédito. Nos últimos dias, a imprensa noticiou que o governo estudava limitar os prazos de financiamentos para automóveis a 36 meses. FUTURO Mantega disse ter segurança de que o ritmo atual de crescimento do país é sustentável e que "não há um processo inflacionário preocupante no Brasil", mas destacou que o foco de atenção é "o futuro". "Eu prefiro ter um crescimento menor de 5, 5,5 por cento, durante 10, 15, 20 anos consecutivos, do que ter um rompante de crescimento em algum momento para depois esse rompante ter que ser abortado em função de desequilíbrios que possam acontecer", afirmou. Ao comentar benefícios que podem ser concedidos a setores específicos para estimular o aumento da capacidade de produção, Mantega afirmou que estes deverão estar previstos no conjunto de medidas de política industrial que o governo deve anunciar em cerca de duas semanas. As medidas terão caráter "horizontal", segundo o ministro, mas poderão trazer benefícios especiais a setores específicos que estão liderando o crescimento econômico.

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