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Mantega se corrige sobre crescimento do PIB

No início da entrevista, o ministro da Fazenda previu um crescimento entre 4,5% e 5%. Depois, reduziu a estimativa para 4% a 4,5%

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, corrigiu nesta terça-feira a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Em entrevista sobre a reunião ministerial, que ocorre durante a tarde no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mantega previu que o crescimento será de 4% a 4,5%. No início da mesma entrevista, o ministro havia estimado essa expansão entre 4,5% e 5%. "Esses números nunca são muito precisos. Eu diria que nós já entramos numa rota de desenvolvimento sustentável", afirmou Mantega. Ele disse que a previsão de um crescimento entre 4,5% e 5% da economia é válida para o ano de 2007, e não de 2006. Mantega relatou que, durante a reunião ministerial, fez um balanço das ações do governo na área econômica e destacou o aumento do crédito, da renda, do emprego e da massa salarial. "Estamos criando um grande mercado de massa", afirmou. O ministro ressaltou que, mesmo durante as turbulências internacionais deste ano no mercado financeiro, o governo baixou os juros. "Nossa vulnerabilidade externa continua diminuindo." O ministro fez ainda previsões otimistas: "Se houver novas oscilações no mercado externo, nós temos um mercado interno para dar sustentação ao crescimento." Acima da inflação Mantega destacou ainda os números da última pesquisa Focus, do Banco Central, que mostram uma projeção da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 3,8% para este ano - o que renderia um crescimento do PIB acima da perda de poder auisitivo da moeda. Também lembrou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) projetado para o final de 2006 é de 2,6%. "Realmente é uma inflação sob controle", afirmou Mantega ao relatar as avaliações econômicas que foram feitas hoje na reunião ministerial coordenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Turbulência O ministro da Fazenda destacou que este cenário favorável de inflação ocorre num momento em que o cenário internacional é turbulento e que "para alguns países, implica em inflação". Ele lembrou que o Banco Central, apesar das turbulências, reduziu a taxa básica de juros, a Selic, na última reunião, em 0,5 ponto percentual, fazendo com que o indicador anualizado ficasse em 15,25%. Mantega afirmou ainda que a conclusão da reunião é a de que o País vive hoje um cenário inédito em termos de desenvolvimento econômico e políticas macroeconômicas, em que há uma combinação de vários resultados positivos. "O importante é a combinação, não o resultado isolado", afirmou ao destacar que houve momentos em que o Brasil teve inflação baixa, crescimento, mas agora isso acontece de forma combinada. "A questão é a combinação destes fatores", reforçou. Momento virtuoso O Brasil vive hoje um momento virtuoso, segundo o ministro, com a inflação nos patamares mais baixos da história. Ele também destacou a combinação do binômio responsabilidade fiscal/aumento dos programas sociais. Para ele, não é fácil cumprir a meta de 4,25% do superávit primário, mas ela vem sendo alcançada, apesar de ambiciosa. "Estamos conseguindo ampliar programa sociais. Isso não é comum", disse. Mantega pontuou que, quando há ajuste fiscal, normalmente os programas sociais são desativados. Agora, o Brasil fará em 2006 um superávit primário de R$ 80 bilhões a R$ 90 bilhões, com aumento dos recursos destinados aos programas sociais. O ministro também destacou que está havendo redução da vulnerabilidade externa e que isso pode ser observado neste momento de volatilidade, quando a economia não reagiu negativamente à flutuação. "Em plena turbulência, o Brasil reduziu as taxas de juros". "Carnificina de cortes" Mantega alertou ainda que o governo teria de fazer uma "carnificina de cortes" ou não apresentar o superávit primário de 4,25% do PIB nas contas do setor público se fosse conceder o reajuste de 16,67% às aposentadorias com valor acima de um salário mínimo. "Isso não vamos fazer", disse. O ministro afirmou que a concessão do reajustas às aposentadorias pelos parlamentares foi uma medida de caráter político "de alguns que até nem mesmo acreditam que se deva dar para deixar o governo numa situação constrangedora". O ministro disse que o governo não está constrangido em vetar o reajuste das aposentadorias e ressaltou que o que está sendo dado aos aposentados é muito mais do que eles receberam em toda a história. "Se olharmos tudo o que vem sendo feito para os aposentados nos últimos anos, nunca eles tiveram um padrão de vida subindo nesta magnitude que está expresso na elevação de renda". Ele enfatizou que o reajuste custaria de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões nos cofres públicos. Ele acrescentou que o reajuste seria uma medida anticonstitucional porque não há previsão de receitas para o reajuste. Por isso, disse ele, o Ministério da Fazenda sugeriu o veto já que a medida poderia por em risco o equilíbrio das contas públicas. "E todo mundo tem cobrado do governo o equilíbrio das contas públicas", ressaltou. Este texto foi atualizado às 18h51.

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