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Mantega vê preços ''comportados''

Segundo ministro, só os alimentos distorcem os índices

Por Nalu Fernandes
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considera o desempenho do Brasil quanto à inflação muito satisfatório. "Tirando alimentos, a inflação está bem comportada", afirmou, durante evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos em Nova York. "Inflação de commodity é do mercado internacional." Ao ser questionado se, por conta dessa avaliação, o Banco Central (BC) deveria passar a ter como meta o núcleo do índice de inflação, que exclui alimentos e energia, Mantega, visivelmente contrariado, disse que não caberia a ele dizer o que o BC deveria fazer. "Não sou eu quem vai dizer. O BC que sabe o que vai fazer", disse. O ministro disse que o País é um dos que têm melhor controle da inflação entre os emergentes. "Há razões bastante claras para elevação da inflação", disse, em referência a preços maiores de commodities. "Não se deve à inflação estrutural." Para Mantega, o Brasil pode tirar vantagem da alta dos preços agrícolas para aumentar a produção alimentos. Ainda com relação a preços mais elevados dos alimentos no mundo, ele acrescentou que "seria importante que os EUA retirassem as tarifas sobre etanol brasileiro e deixassem o preço do milho cair". Mas, para Mantega, os "preços maiores de commodity não ameaçam o projeto de etanol brasileiro". Com relação à valorização da moeda brasileira, o ministro estima que "há alguma vantagem na valorização do real, que é permitir acesso a maquinário moderno". Durante a palestra, o ministro avaliou para os investidores que o País tem posição fiscal sólida, pouco depois de analistas de agências de classificação de risco observarem que precisariam de mais sinais do Brasil em relação ao comprometimento na área fiscal. As agências citaram o potencial de crescimento do País em cerca de 4% a 4,5%. Mas, aos jornalistas, Mantega disse que as avaliações de PIB potencial representam o mesmo que "olhar pelo retrovisor".

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