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Manter tarifas sobre o etanol é uma contradição, afirma Lula

Presidente critica barreiras protecionistas e diz que não há tarifas que incidam sobre o petróleo

Por Fabiola Gomes , Carolina Ruhman e da Agência Estado
Atualização:

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta sexta-feira,21, as barreiras protecionistas que incidem sobre o etanol. Ele disse que o debate sobre o tema será intensificado agora com a realização da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis. "Manter as tarifas sobre o etanol é uma contradição", disse, referindo-se ao fato de que não existem tarifas que incidem sobre a importação de petróleo.   Segundo ele, com a realização deste evento, o mundo passou a conhecer melhor o sistema de produção brasileiro o que vai facilitar o trabalho do ministro de Minas e Energia, Edson Lobão. Lula disse que durante a conferência teve encontros com representantes do governo da Suécia, do que resultou um convite para que o ônibus movido a etanol produzido no Brasil pela Scania seja apresentado aos suecos. Para isto, será agendada uma viagem dos prefeitos de São Paulo e do Rio de Janeiro para o país europeu.   Questionado sobre as recentes descobertas de petróleo no pré-sal brasileiro, Lula disse que estas descobertas não irão atrapalhar o desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil. "É uma receita a mais que nós teremos", afirmou. O presidente ressaltou que não pretende exportar petróleo bruto mas seus derivados e para isso serão feitas quatro refinarias para produção e exportação de gasolina premium.   O presidente disse também que o Brasil poderá fazer parcerias com países europeus para que a tecnologia de etanol desenvolvida no país seja levada para terceiros países, principalmente na África. "Se os países africanos tiverem um solo semelhante ao cerrado brasileiro, o potencial para produção de etanol de cana é enorme", disse.   Lula afirmou que acompanhou os debates sobre biocombustíveis durante a campanha presidencial norte-americana. Ele observou que tanto o presidente eleito Barack Obama como o candidato republicano John McCain falaram da necessidade de mudar a matriz energética dos Estados Unidos mas criticou a opção da indústria norte-americana em produzir etanol a partir do milho. "Não é prudente produzir etanol a partir do milho porque a utilização do grão para combustível eleva o preço do cereal e também o preço dos frangos e suínos", disse.   Sobre a questão com o Equador, que entrou com uma ação na Câmara de Arbitragem Internacional para suspender o pagamento de um empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula disse que não faria nenhum comentário. "A minha palavra é a palavra do Celso", disse ele referindo-se ao comunicado divulgado hoje pelo ministro Celso Amorim sobre o assunto.

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