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Manuel Guedes assume presidência da Varig interinamente

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor de controladoria da Varig, Manuel Guedes, vai assumir interinamente a presidência da empresa, vaga desde a saída de Arnim Lore, na segunda-feira, por desentendimentos com a Fundação Ruben Berta, controladora da companhia aérea. Neste momento, a empresa promove entrevista coletiva na qual anuncia o novo presidente e o novo conselho de administração, que, junto com Lore, renunciou no início da semana. O ex-presidente e outros três integrantes do conselho deixaram a Varig após a recusa da fundação em assinar o memorando de entendimentos com os credores, que seria o passo inicial para um projeto de capitalização da companhia aérea. Guedes informou que a Varig vai aguardar a avaliação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) ao projeto de reestruturação apresentado pela empresa em março para o próximo dia 30, conforme sinalizado anteriormente pelo próprio banco de fomento. Segundo ele, a empresa vai fazer contato com o BNDES nos próximos dias para informar que está aguardando a análise final do banco, que deverá indicar as condições e exigências para eventual participação no processo de capitalização da companhia aérea. Ele esclareceu que o memorando de entendimentos fechado pelo ex-presidente da Varig, Arnim Lori, com um grupo de credores não se tratava de uma reestruturação de dívidas da companhia, que somam US$ 764 milhões, mas de uma repactuação e suspensão de pagamentos no valor R$ 118 milhões. Guedes acrescentou ainda quue a Varig está cumprindo duas exigências básicas indicadas pelo BNDES em junho deste ano, que são agregar a Rio Sul e a Nordeste ao processo de capitalização da companhia e renegociar dívidas das empresas com credores. Segundo ele, a primeira condição já foi atendida e a segunda está sendo buscada. Endividamento O endividamento da Varig caiu de US$ 900 milhões para US$ 764 milhões, posição do último mês de setembro. Segundo o presidente interino, a relação entre a receita do grupo e seu endividamento não é elevada, já que o faturamento geral é de US$ 3 bilhões ao ano, enquanto as dívidas são de US$ 764 milhões. Em 2000, o endividamento da empresa era de US$ 1,3 bilhão. Guedes afirmou que o problema não é o montante do endividamento, mas o prazo no qual ele vence e seus custos. Ele chegou a comentar que o maior problema está ligado ao prazo. Quanto ao custo, afirmou que é até relativamente baixo comparado com outras empresas brasileiras, mas alto com relação à outras companhias do setor no mundo. O presidente interino da Varig também informou que a companhia deverá apresentar resultados operacionais positivos no terceiro trimestre do ano, sem antecipar os números do balanço. O executivo alertou que não se trata do resultado final do balanço, que deverá sofrer influência do impacto do dólar. Ele disse que 1,4 mil pessoas foram demitidas da Varig de janeiro a novembro deste ano, em meio ao processo de reestruturação da companhia aérea. Segundo ele, novas demissões poderão acontecer até o fim do ano, mas não em igual proporção. Além do enxugamento de custos, o processo de reestruturação da empresa prevê a renegociação e alongamento de dívidas, e a injeção de dinheiro novo no grupo.

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