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Manuscritos do Mar Morto valem ouro no mercado negro

Palestino pede US$ 40 milhões por fragmentos da Bíblia em hebraico, reivindicados por Israel

Por Felipe Cordeiro
Atualização:

SÃO PAULO - Quase 70 anos após a descoberta dos manuscritos do Mar Morto, o mais antigo texto bíblico, a família palestina que vendeu as relíquias originais a pesquisadores e colecionadores está discretamente comercializando resquícios e pede até US$ 40 milhões pelos pedaços dos documentos históricos.

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A maioria é do tamanho de um selo, e alguns estão em branco. Mesmo assim, compradores chegam a oferecer milhões de dólares por um fragmento, o que acirrou a disputa pela posse.Por um lado, o Estado de Israel, detentor da maior parte, reivindica o direito ao que restou; por outro, os proprietários palestinos, como William Kando, alegam que propuseram um negócio com as autoridades israelenses, mas que foram ignorados."Eu disse a Kando há muitos anos que, se depender de mim, ele pode morrer com os pergaminhos", afirmou à Associated Press Amir Ganor, chefe da autoridade israelense de Combate a Saques. "A única casa dos pergaminhos é Israel."Por sua vez, Kando disse que os objetos são "as coisas mais importantes do mundo" e que os venderá caso haja interessados. O palestino não revela detalhes de seus negócios, mas, segundo fontes, ele teria pedido US$ 40 milhões por pedaço de pergaminho com um trecho do Gênesis, o primeiro livro tanto da Bíblia hebraica quanto da cristã.

 

Importância

Escritos há cerca de 2 mil anos, os pergaminhos foram encontrados, em 1947, em cavernas do Mar Morto e são considerados as cópias mais antigas da Bíblia em hebraico. Por isso, guardam as raízes do judaísmo e do cristianismo na Terra Santa.Eles também são importantes porque provam as diversas versões do Antigo Testamento que circulavam antes da canonização, por volta de 100 d.C. Alguns escritos são praticamente idênticos aos textos hebraicos tradicionais do Antigo Testamento. Porém, outros contêm variações significativas.Os pergaminhos foram bem preservados em cavernas áridas e escuras, mas ao longo dos séculos se desfizeram em fragmentos de vários tamanhos.

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