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Manutenção da taxa de juros frustra indústria

'Mais uma vez nos decepcionamos com a falta de entendimento da realidade demonstrada pelo Copom', diz Fiesp

Por Agência Estado
Atualização:

A indústria brasileira lamentou nesta quarta-feira, 17, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros do País, a Selic, em 11,25% ao ano. "Mais uma vez nos decepcionamos com a falta de entendimento da realidade demonstrada pelo Copom. Isso custa caro ao setor produtivo e à sociedade brasileira", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, em nota.   Veja também: Copom mantém juros pela primeira vez desde 2005     Ele ponderou que, "apesar de lenta, a seqüência de cortes promovida até agora dava uma visão futura de taxa de juros menos atraente para o investimento especulativo e indutor de valorização cambial adicional".   O presidente da Fiesp argumentou que estudos da entidade demonstram que não há pressão de demanda e, portanto, há "condições necessárias para prosseguir com os cortes nos juros".   Já o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, classificou como "frustrante" e "danosa à indústria" a decisão do Comitê. "É especialmente frustrante, dado que o aumento da inflação nos últimos meses ocorreu por pressões pontuais e não de forma disseminada, sem ameaçar, portanto, o cumprimento da meta de inflação", destacou, em comunicado.   A CNI afirma que o cenário torna-se "ainda mais danoso à indústria". E justifica apontando a convivência com a elevação contínua da carga tributária concomitante à tendência de permanência da valorização cambial. "Tudo isso implica em severo comprometimento de nossa competitividade."   Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a interrupção no processo de redução da Selic mostra a necessidade de uma reforma fiscal, que reduza os gastos públicos. "A parada do processo de redução torna ainda mais evidente que resta ao país um dever de casa importante", diz nota da entidade.   "Para o Sistema Firjan, é fundamental uma reforma estrutural neste campo, com redução e maior eficiência dos gastos públicos", prossegue. A Firjan considera que os resultados da inflação combinados "com a expansão sustentável da oferta nacional" dão legitimidade à continuidade do processo de cortes da taxa básica de juros.

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