Publicidade

Manzoni, o moderno soldado da borracha

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Wilson Manzoni é seringueiro, microempresário e daimista da comunidade alternativa de Céu do Mapiá (AM). Em 1978, esse paulista de Ibitinga decidiu interromper um passeio pelo Brasil e se converteu à religião do Santo Daime. Em 1983, Manzoni converteu-se também em moderno soldado da borracha, um seringueiro que anos depois enxergou uma alternativa econômica naquilo que era apenas um hábito local. A figura do soldado da borracha fez história nos seringais acreanos na metade do século passado. Era do Acre a missão de fornecer borracha, um dos insumos da máquina de guerra dos aliados na Segunda Guerra. Manzoni não viveu o auge do ciclo da borracha, mas viu de perto seu declínio. Foi ante essa perspectiva negativa que Manzoni teve uma idéia. A produção artesanal de tecido emborrachado, usado pelos seringueiros para se proteger da umidade da floresta, se tornou o ''''couro vegetal'''', um produto com apelo ambiental incontestável, que paulatinamente ganha espaço como produto da Amazônia. ''''Foi na Eco-92, quando o mundo olhou para o Brasil, que o ''''couro vegetal'''' dos seringueiros do Acre ganhou status de produto natural e passou a ser conhecido'''', lembra. Hoje, Manzoni possui uma pequena empresa que produz brindes corporativos, a Seringueira. É membro, também, da Associação dos Produtores de Artesanato, entidade que iniciou o plano de comercialização da produção artesanal. Este ano, os seringueiros vão produzir 20 mil lâminas, o que projeta uma renda de R$ 160 mil para cerca de 50 famílias envolvidas diretamente na atividade. Não chega a ser uma receita alta, mas, para a realidade local, é uma garantia de rendimento que tem devolvido o interesse pelos seringais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.