PUBLICIDADE

Publicidade

Marcelo Déda defende novo modelo do pré-sal

Para governador de Sergipe, principais Estados produtores ficariam com a maior parte dos royalties, mas participação do restante do País deve aumentar

Foto do author Adriana Fernandes
Por Fabio Graner , Adriana Fernandes e BRASÍLIA
Atualização:

O governador de Sergipe, Marcelo Déda, afirmou que os principais Estados produtores de petróleo (Rio, Espírito Santo e São Paulo) têm direito de receber a maior parte dos royalties da exploração do pré-sal, mas salientou que essa nova fronteira de produção exige novo modelo de distribuição. Nesse novo modelo, acrescentou, o restante do País também deve receber uma parcela maior do que recebe hoje dessa riqueza. "O pré-sal produz uma nova realidade econômica. É uma riqueza nova e inesperada e não pode ter o mesmo tratamento que se dava à situação anterior. Isso mudou completamente as perspectivas de futuro do País e mudou o setor de petróleo.""Nós queremos respeitar que os Estados produtores recebam mais que os outros. Mas os parâmetros desse plus não podem ser iguais aos da realidade anterior. O pré-sal precisa servir ao País como um todo, é uma riqueza do País", acrescentou.O governador de Sergipe e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foram escalados pelos seus pares dos demais Estados do Norte e Nordeste para tratar do assunto com os governadores do Rio, Espírito Santo e São Paulo. Segundo ele, o primeiro passo nessa negociação é "desarmar os espíritos". Ele ponderou que um duelo do restante da federação contra os três Estados teria "desfecho certo" e que é preciso bom senso. "Ninguém quer impor derrota."Embora tenha afirmado que a discussão dos royalties do petróleo corre em paralelo com a reforma tributária, Déda admitiu o risco de contaminação dos assuntos. "O petróleo é, por natureza, muito dispersivo. Um vazamento termina chegando em várias praias. Temos de agir como geólogos de muita competência e engenheiros de extrema precisão para isolar esse tema e dando um tratamento adequado ao assunto. Com ou sem reforma tributária ou reforma do ICMS, a questão dos royalties está aí."No governo passado, o Congresso alterou o sistema de distribuição dos royalties do petróleo, ampliando os recursos para Estados e municípios não produtores. A proposta, aprovada na Câmara e no Senado, foi rejeitada pelos Estados e municípios produtores, especialmente do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que não querem perder uma colossal fonte de recursos.O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a mudança no sistema de royalties, mas o Congresso ameaça derrubar o veto, hipótese que tem chance real de prosperar, já que os três Estados produtores não têm força para segurar o desejo de mais receitas pelos demais. Para evitar a derrubada do veto, que poderia impor perdas graves de arrecadação, os governadores tentam agora negociar uma saída que contemple os dois lados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.