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Marcopolo decide fechar fábrica de Portugal

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A Marcopolo, maior fabricante brasileira de carrocerias para ônibus, confirmou ontem o fechamento de sua fábrica em Portugal, a primeira subsidiária do grupo inaugurada no exterior, em 1990. Com o encerramento das atividades, o mercado europeu poderá ser abastecido pelas unidades brasileiras. A queda de demanda, intensificada com a crise internacional, levou a empresa a operar com alta ociosidade na Europa. Em janeiro, o grupo já havia fechado uma das suas duas fábricas na Rússia. A fábrica portuguesa já estava com a produção suspensa há 15 dias, quando os 170 funcionários entraram em férias coletivas. O retorno estava previsto para ontem, mas a multinacional brasileira decidiu pelo encerramento das atividades. Em comunicado divulgado ontem, a Marcopolo informa que a unidade instalada em Coimbra produziu 165 ônibus no ano passado, o equivalente a 0,8% da produção total da empresa, de 21.811 ônibus. No primeiro semestre deste ano, saíram das linhas de montagem em Portugal apenas 58 ônibus, o equivalente à produção de um dia nas unidades brasileiras. O comunicado da Marcopolo não cita se houve negociação com o governo local para a dispensa dos funcionários. Na semana passada, o governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, disse que pretendia realizar diligências para apurar a situação da empresa. "A preocupação do governo é manter a produção e os postos de trabalho", afirmou ele na ocasião. A nota da Marcopolo informa apenas que a presença da empresa no mercado europeu "possibilitou o acesso a fornecedores e fabricantes de componentes do setor, o que resultou no aprimoramento dos produtos da marca e na elevação do padrão de qualidade, essencial para atingir competitividade internacional e participar do mercado global." NOVAS UNIDADES Paralelamente ao fechamento de filiais na Europa, a Marcopolo iniciou em fevereiro a produção de carrocerias na Índia e, no próximo mês, vai inaugurar oficialmente uma unidade no Egito, que deve produzir 400 ônibus até dezembro. Com isso, o grupo manterá 13 fábricas atuando em nove países. O Brasil é o principal mercado da marca e respondeu por 68% da produção no primeiro semestre, de 8.825 ônibus, 11% menos que em 2008. Com sede em Caxias do Sul (RS), o grupo tem quatro fábricas e emprega 9,3 mil pessoas no País, de um total de 11,7 mil no grupo todo. Com as novas fábricas, a multinacional Marcopolo prevê a recuperação de vendas neste segundo semestre e projeta produção total de 23 mil veículos, 5,5% a mais que os 21,8 mil ônibus produzidos em 2008. Contribuições para o crescimento também virão da Índia (onde serão feitos 2,7 mil ônibus) e da África do Sul, que tem encomendas para atender à demanda para a Copa do Mundo.

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