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Marfrig retoma produção de unidade paralisada na Argentina

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Por Redação
Atualização:

O brasileiro Marfrig, um dos maiores produtores de carne bovina da América Latina, anunciou nesta sexta-feira que retomará a produção em uma de suas unidades na Argentina. Segundo nota ao mercado, em função das restrições para exportar carne argentina, as atividades na unidade de abate em Vila Mercedes, na província de San Luis, foram paralisadas do dia 12 de maio até esta sexta-feira. O Marfrig possui oito unidades na Argentina, cinco de abate e três de produção de industrializados. "No dia de ontem (22 de maio) foi concedido significativo número de licenças de exportação, o que permite à unidade retomar seu nível de atividades naquele país e abastecer com normalidade os mercados interno e externo", afirmou a nota do Marfrig, referindo-se à pararalisação registrada na unidade da Quickfood, uma de suas subsidiárias. O Marfrig comercializa 85 por cento de seu volume de produção na Argentina no mercado doméstico, e anunciou anteriormente que seus resultados financeiros positivos no trimestre, diferentemente de concorrentes, tiveram como base o bom desempenho em territórios argentino e uruguaio. Na mesma nota em que anuncia a retomada das atividades da Quickfood, o Marfrig afirmou que a suspensão na produção ocorreu devido "à morosidade na concessão de licenças de exportação nos últimos 50 dias e ao acúmulo de estoques de cortes resfriados especiais". A Argentina tem optado por uma política de restringir exportações para tentar elevar a oferta internamente, com o objetivo de combater a inflação. Além de dificultar a emissão de registros de exportação de carne, o governo elevou os impostos de exportação de grãos, especialmente a soja, também visando arrecadar mais com suas exportações agrícolas, em um momento de preços internacionais historicamente elevados. Isso disparou um protesto de produtores rurais, que reivindicam a redução das tarifas desde março, quando bloquearam estradas impedindo exportações e prejudicando o abastecimento interno. Depois de três semanas de protestos em março, o movimento foi suspenso para permitir o início de negociações com o governo, que não voltou atrás em sua posição. Dessa forma, o setor agrícola retomou o protesto e vem enfrentando dificuldade para negociar com a presidente Cristina Fernández. [ID:nB877081] Na quinta-feira, o chefe de gabinete do governo argentino, Alberto Fernandez, afirmou que as exportações de carne bovina estão voltando ao normal. Mas ele acrescentou que o governo está rejeitando pedidos de exportação de empresas que não estão seguindo regras para garantir o suprimento do mercado doméstico. JBS Outro frigorífico brasileiro com operações na Argentina, o JBS, maior produtor de carne bovina do mundo, informou que o governo argentino ainda não se comprometeu formalmente a liberar as exportações da empresa. Na semana passada, durante uma entrevista coletiva, o presidente do JBS, Joesley Mendonça Batista, chegou a afirmar que se um acordo com o governo para a retomada das exportações não ocorresse em alguns dias a empresa teria de parar de produzir industrializados naquele país a partir do dia 19 de maio, o que acabou não ocorrendo, segundo a assessoria informou nesta sexta-feira. Com seis plantas na Argentina, o JBS está destinando a produção 'in natura' para o mercado interno, e afirma que apenas reduziu a produção de industrializados (carnes cozidas e enlatadas) -- não paralisando-a --, uma vez que seus estoques estão cada vez mais cheios, diante da impossibilidade de exportar um tipo de produto que praticamente não tem consumo no mercado interno. (Reportagem adicional de Fiona Ortiz, em Buenos Aires) (Reportagem de Roberto Samora; Edição de Denise Luna)

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