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Margem de revendedores engorda alta da gasolina

Por Agencia Estado
Atualização:

A revenda de combustíveis dividiu com a Petrobras a responsabilidade pela alta dos preços da gasolina nas bombas durante o mês de março, segundo levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A margem bruta dos revendedores de combustível subiu, em média, 17,8% naquele mês, em comparação com os valores praticados em fevereiro, contribuindo para um aumento de 16,4% no preço final do combustível. No dia 31 de março, a margem média de revenda no Brasil era de R$ 0,248 por litro. Os dois aumentos promovidos pela Petrobras no preço da gasolina em março totalizaram 11,7%. Um porcentual menor, portanto, que o registrado nas bombas pela pesquisa da ANP. "Cabe salientar que os reajustes mais elevados dos preços da gasolina ao consumidor final decorreram, em grande medida, da majoração das margens brutas do segmento de revenda", diz a conclusão do relatório, elaborado pelo Núcleo de Defesa da Concorrência no Abastecimento da agência. A ANP detectou aumentos de mais de 200% nos ganhos da revenda em alguns municípios pesquisados. Na região Sudeste, o relatório cita Ubá, Sete Lagoas e Alfenas, em Minas Gerais; Jundiaí, Assis, Bebedouro e Várzea Paulista, em São Paulo; e Linhares, no Espírito Santo; como os locais onde houve maior aumento das margens. "O aumento dos preços finais nestas cidades decorreu, sobretudo, da expressiva elevação das margens brutas de comercialização, cujos percentuais variaram entre 60% e 210%", diz a pesquisa. Nas primeiras semanas de abril, os postos continuaram aumentando suas margens, segundo o levantamento semanal de preços feito pela agência. Na segunda semana do mês, logo após o reajuste de 10,08% no preço da gasolina nas refinarias, o ganho médio da revenda chegou a R$ 0,328 por litro, um aumento de 32% em relação às margens praticadas na semana anterior. Nas duas semanas seguintes, porém, os postos voltaram a baixar as margens, que atingiram um valor médio de R$ 0,241 por litro no final do mês. Procurada pela Agência Estado para comentar o assunto, a Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis (Fecombustíveis) não retornou as ligações. Concorrência O relatório da ANP recomenda atenção especial ao mercado de combustíveis em três cidades: Parnaíba (PI), Vila Velha (ES) e Brasília (DF). Estes locais registram margens de revenda muito superiores à média e com um nível de dispersão muito baixo, ou seja, pouca diferença entre a maior e a menor margem. Em Brasília, por exemplo, os donos de postos ganharam, em média, R$ 0,324 por litro de gasolina vendido.

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