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Marinho: discussão de reforma trabalhista é embrionária

Por Renata Veríssimo
Atualização:

O ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, confirmou que o governo está discutindo propostas para uma reforma trabalhista, como noticiou hoje a imprensa, mas ressaltou que o assunto ainda é embrionário. Sem detalhar as sugestões em análise, feitas pelo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, informou, após participar das solenidades do Dia do Diplomata, no Itamaraty, que os estudos estabelecem a participação do empresariado na redução da informalidade em troca da desoneração da folha salarial. Destacou, contudo, que esta relação é excludente, ou seja, "se não ocorrer uma formalização do trabalho em determinado período de tempo, não haverá desoneração na folha de pagamentos". "O ministro Mangabeira Unger vem conversando com centrais sindicais e segmentos empresariais para pensar as relações de trabalho", declarou, assinalando, contudo, estar preocupado com a divulgação dessas discussões. "Às vezes, o governo tem uma proposta maravilhosa, mas que, por não ser bem explicada, leva ao risco de alguns segmentos corporativistas irem para o embate e conseguirem derrubá-la", destacou. Para Marinho, o debate sobre uma reforma trabalhista "precisa ser tranqüilo e sem nenhuma pirotecnia." O ministro da Previdência Social frisou ser complexa a discussão sobre a reforma trabalhista, na medida em que uma desoneração da folha salarial implica perda de receita da Previdência. Defendeu, por isso, que esta eventual desoneração seja compensada por uma vinculação da receita do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) federal à Previdência. "Uma eventual desoneração na folha salarial das empresas pode prejudicar a sustentabilidade das contas da Previdência e para que isso não aconteça seria preciso carimbar parte do IVA federal para cobrir o déficit previdenciário", declarou. Na sua opinião, "uma reforma trabalhista deve ser discutida no todo, senão acaba sendo um tiro n''água".

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