PUBLICIDADE

Marinho reúne-se com bancada do PSL para apresentar proposta da reforma da Previdência

Reuniões com demais partidos integram estratégia do governo para explicar as mudanças

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues , Nayara Figueiredo e Gregory Prudenciano
Atualização:

BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse nesta quinta-feira, 21, que o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, fez  uma apresentação à bancada do PSL na Câmara e no Senado para explicar eventuais dúvidas que os parlamentares tenham sobre a proposta de reforma da Previdência. Segundo ele, na semana que vem, haverá apresentações semelhantes a outros partidos.

Marinho será responsável por organizar os encontros. Foto: André Dusek/Estadão

PUBLICIDADE

"Viemos aqui para essa apresentação sobre as linhas gerais da proposta. Sabemos que não dá tempo de explicar tudo, mas vamos tirar as principais dúvidas dos parlamentares", disse o líder ao chegar ao chegar ao Ministério da Economia.

Segundo ele, na próxima terça-feira, 26, será a vez de Marinho ir ao Congresso para fazer apresentações às bancadas do PSDB e do PR. "O governo tem muitos argumentos e há um consenso na sociedade sobre a necessidade da reforma. Isso não quer dizer que a proposta será aprovada da forma como foi apresentada. Com certeza, a proposta será aperfeiçoada durante a tramitação", acrescentou.

Perguntado sobre a pressão de parlamentares para liberação de emendas e para a ocupação de cargos regionais, o líder respondeu que as emendas são prerrogativas previstas na Constituição. Sobre os cargos regionais, ele lembrou que a Controladoria Geral da União (CGU) estabelecerá os critérios para a ocupação desses postos. "Indicação política por si não é algo nefasto. Vamos aguardar o decreto com os critérios", respondeu.

O senador Major Olímpio (PSL-SP) afirmou ao Estadão/Broadcast que Marinho vai agendar os demais encontros com as bancadas. "Eu mesmo confesso que tenho dúvidas sobre o projeto porque são muitas as variáveis. Estou estudando e tenho que me tornar alguém com plenas condições de defender a aprovação e dirimir as dúvidas da sociedade", disse.

Segundo ele, a capacidade de argumentação e a sensibilização da sociedade serão as "maiores armas" para que a reforma seja aprovada. "Quando você não tem mais o enquadramento dos partidos no modelo da chamada 'velha política', com a distribuição de cargos e emendas, tem que buscar um a um", afirma.

Questionado sobre a posição dos deputados do Centrão, na Câmara, que já se mostraram mais reticentes ao Planalto, o senador disse que existem, sim, parlamentares e partidos que aguardam "sinalizações" do governo antes de declararem apoio à pauta. "Não dá para dizer o que será conversado, condicionado, qual será o limite da negociação", afirmou.

Publicidade

Marinho defende que reforma ataca privilégios

Nesta quinta-feira, Rogério Marinho ainda usou sua conta no Twitter para defender a reforma da Previdência. "Na #NovaPrevidência, todos vão contribuir. O rico vai se aposentar na mesma idade do pobre. E quem ganha menos pagará menos", escreveu o secretário.

Marinho tem enfatizado que a reforma tem um caráter mais justo que o sistema atual, por propor regras iguais para funcionários públicos, privados e também políticos. Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, criticou "corporações" que se opõem ao projeto apresentado pelo governo nesta quarta-feira, 20, ao Congresso. "As corporações constroem narrativas para preservar o status quo atual. A quem interessa a manutenção dessa estrutura onde poucos ganham tanto e tantos ganham tão pouco? A nova Previdência demonstra de forma cabal o que são esses privilégios e ataca no cerne esse processo", defendeu Marinho.

Ainda no Twitter, o secretário voltou a ressaltar que "as novas regras impactarão a camada privilegiada, que ganha mais e se aposenta mais cedo".