PUBLICIDADE

Marubeni vendeu ao menos 1 carga de soja que sofreu calote da China

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Pelo menos uma das cargas de soja das quais importadores chineses desistiram foi vendida pela japonesa Marubeni, disseram três fontes, em um momento em que a desaceleração da demanda e o aperto de crédito na China começam a afetar o comércio global da oleaginosa. A Marubeni é uma das maiores exportadoras de soja para a China, embarcando entre 15 milhões e 16 milhões de toneladas por ano, incluindo a Gavilon, que foi comprada pela empresa japonesa no ano passado. O volume representa cerca de um quarto de toda a importação anual de soja pela China, de 60 milhões de toneladas. Importadores chineses deram o calote em pelo menos 500 mil toneladas de soja dos Estados Unidos e do Brasil, avaliadas em cerca de 300 milhões de dólares, a maior desistência em uma década, com os compradores enfrentando dificuldades para obter crédito em meio a perdas no processamento de soja. Uma fonte em Tóquio com conhecimento direto do assunto disse que a Marubeni sofreu perda de 4 milhões de dólares em 4 a 5 cargas que não foram adquiridas por compradores chineses, uma vez que os importadores não conseguiram cartas de crédito. No entanto, a fonte disse que não sabia quando os calotes haviam ocorrido. Uma porta-voz da Marubeni em Tóquio não quis comentar quando questionada sobre se compradores chineses haviam desistido de algum dos carregamentos da empresa. Um operador de soja em Pequim disse que a Marubeni havia fornecido cargas que receberam calote na China, enquanto uma fonte do mercado de oleaginosas em Cingapura disse que pelo menos uma das cargas, que está a caminho da China, havia sido vendida pela Marubeni. "Uma das cargas que recebeu calote na semana passada ainda está em viagem", disse a fonte de Cingapura. Bancos chineses estão se tornando mais seletivos quanto à oferta de crédito, em um momento de desaceleração econômica na segunda maior economia do mundo. Uma série de calotes em empréstimos e títulos nas últimas semanas indicou que o risco de crédito está subindo Empresas de commodities, além de companhias de semicondutores e de software, estão entre as com maior risco de calote de crédito, mostrou uma análise feita pela Reuters com 2.600 companhias chinesas. Calotes por compradores da China, que importa mais de 60 por cento da soja negociada globalmente, poderiam limitar a onda de elevação nos preços internacionais da soja, já que eles ocorrem junto com a colheita de grandes safras no Brasil e na Argentina. Os contratos futuros da soja na bolsa de Chicago caíam pela segunda sessão consecutiva nesta sexta-feira, recuando ainda mais da máxima de oito meses registrada no início desta semana. Algumas das companhias que deram calote têm usado as importações de soja como garantia para financiamento barato, com taxas de juros em cartas de crédito de até 2 por cento e adiando o pagamento por muitos meses, disseram fontes da indústria. Ao importar grandes quantidades, algumas dessas empresas venderam a soja com perdas, para liquidar estoques e colocar o dinheiro em negócios mais lucrativos. Anteriormente, bancos ofereciam crédito a termos muito favoráveis para comerciantes de soja e chegaram a permitir que eles fizessem um depósito tão baixo quanto 5 a 6 por cento do valor do contrato como garantia para uma carta de crédito. (Por Naveen Thukral e James Topham) (Reportagem adicional de Fayen Wong em Xangai, Keith Wallis em Cingapura, Niu Shuping e Adam Rose em Pequim)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.