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Mccann-Erikson vai promover o Brasil no exterior

Por Agencia Estado
Atualização:

A agência norte-americana Mccann-Erikson venceu a licitação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para fazer a promoção do Brasil no exterior, dentro da meta de elevar as exportações brasileiras. O contrato está em fase de elaboração, segundo a assessoria do MDIC, mas já se sabe que o desafio da agência será grande. Segundo Marcos Otávio Bezerra Prates, diretor de Competitividade Sistêmica e Estudos Econômicos do Ministério, o produto brasileiro tem, no exterior, uma imagem desprestigiada, de mercadoria sem inovação tecnológica, de qualidade inferior, pouco atualizada e nada confiável. "O desafio de todos nós é transformar a percepção negativa em relação ao nível tecnológico, ao design e à inovação dos nossos produtos. E mostrar que temos um parque industrial diverso", afirmou em palestra no Comitê de Comércio da Câmara Americana (Amcham). O Brasil é visto no exterior sob dois pontos de vista. As avaliações positivas qualificam o País como criativo, belo, repleto de recursos naturais, com povo simpático, musical e com habilidade nos esportes. Aqueles que têm imagem negativa afirmam que o Brasil tem pouca capacidade de compromisso e não gera confiança, é liberal e sem regras, não tem controle adequado de problemas ambientais, é violento, pobre e corrupto. "Tudo isso afeta quando vamos para a mesa de negociações", disse Prates. Um dos trabalhos da agência de publicidade será elaborar um plano de comunicação, possivelmente até o fim de junho. O projeto deve consolidar a chamada Marca Brasil, hoje pouco trabalhada. Em linhas gerais, o Ministério pretende criar kits promocionais sobre o País para distribuição em feiras e eventos internacionais, abastecer todas as embaixadas brasileiras com informações sobre os produtos exportáveis e sobre a indústria do País, e até estimular a participação de empresas brasileiras em prêmios internacionais, que servem de vitrine. "Além das iniciativas de marketing, precisamos assegurar a qualidade dos produtos e adotar um código de ética, que mostre nossa responsabilidade com o comércio exterior", alertou o diretor do MDIC. Ele mesmo admite, no entanto, que "infelizmente, as decisões são lentas no nível governamental." Para transformar a imagem negativa que o Brasil tem hoje, o Ministério aposta, além do Plano de Comunicação, no esforço sistêmico, articulado e contínuo de promoção da Marca Brasil em conjunto com o fortalecimento das marcas setoriais já existentes, como a Brazilian Fruit (frutas), Brazilian Beef (carne bovina), TexBrazil (têxteis) e Brazilian Cachaça, todos coordenadas pela Apex (Agência de Promoção de Exportações) em conjunto com lideranças setoriais. Segundo Prates, o programa Brasil Premium, de capacitação e aperfeiçoamento dos processos produtivos, também faz parte da estratégia para melhorar a qualidade do produto brasileiro. Os produtos premiados recebem o direito de exibir o selo Brasil Premium. A primeira versão do programa aconteceu no ano passado e as inscrições para novos candidatos estão abertas até o fim deste mês. Maiores informações no site http://www.ipt.br/brasilpremium.

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