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Média de PIB de Lula chega a 3,6% e supera era FHC

Média de crescimento anual da economia no governo anterior foi de 2,3%.

Por Denize Bacoccina
Atualização:

O crescimento próximo dos 5% esperado para este ano deve fazer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se distanciar do antecessor Fernando Henrique Cardoso na média anual de crescimento da economia. Enquanto nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso a economia brasileira cresceu em média 2,3% ao ano - 2,5% no primeiro mandato e 2,1% no segundo -, o governo Lula deve fechar 2007 com uma expansão média de 3,63% ao ano. O número leva em conta a expectativa de 4,71% de crescimento para este ano, conforme pesquisa semanal realizada pelo Banco Central com bancos e agentes do mercado financeiro. Até o ano passado, o crescimento econômico dos dois governos era mais parecido: 2,7% nos anos Fernando Henrique e 2,6% no primeiro mandato do governo Lula, antes da revisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no início deste ano. Os dois presidentes também conviveram com momentos bastante diferentes na conjuntura mundial. O governo Fernando Henrique enfrentou três crises econômicas - no México em 1994, na Ásia em 1997 e na Rússia em 1998 - que acabaram tendo impacto no Brasil e culminaram na adoção do câmbio livre e numa forte desvalorização do real em 1999. Em 2002, às vésperas do pleito que elegeu Lula, a incerteza sobre que os rumos da economia com a possível mudança de governo derrubaram o real em provocaram uma forte queda no volume de investimentos no país. Já o presidente Lula pegou a economia mundial em expansão, e enfrenta agora, depois de quatro ano e meio, sua primeira crise internacional, com os problemas no mercado imobiliário americano, de dimensões ainda desconhecidas. Desde 2003, a economia mundial tem crescido acima de 4% ao ano. Neste período, em apenas um ano, 2004, a economia brasileira cresceu mais do que a média mundial. A expansão da economia brasileira foi de 5,7% naquele ano, enquanto a economia mundial cresceu 5,3%, de acordo com o banco de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em todos os outros anos, desde 1996, o crescimento da economia brasileira ficou abaixo da média mundial. A expansão dos últimos três anos na economia mundial foi a maior dos últimos 30 anos. "O Fernando Henrique pegou um período de crises internacionais, mas também pecou por não ter feito o ajuste fiscal e por ter demorado muito para ajustar o câmbio", diz o economista Alexandre Lintz, economista-chefe do banco BNP-Paribas no Brasil. Já o presidente Lula, diz ele, se beneficiou do bom momento da economia mundial, com aumento do preço das commodities agrícolas - principal produto de exportação do país - por causa da expansão especialmente no mercado asiático. Mas ele diz que o governo atual também tem o mérito de manter o superávit primário e colocar uma equipe técnica e manter a autonomia do Banco Central, o que deu credibilidade ao país perante os investidores. A atual crise imobiliária nos Estados Unidos é um fator de incerteza para o futuro, já que espera-se uma redução no ritmo de crescimento da economia americana, que vinha puxando a economia mundial. "O lado positivo é que isso acontece ao mesmo que outras regiões estão em expansão, e o crescimento da China mantém o preço dos commodities que o Brasil exporta", afirma Lintz. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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