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Mediadores da OMC divulgam textos revisados para Doha

Por JONATHAN LYNN
Atualização:

Mediadores da Organização Mundial de Comércio (OMC) divulgaram na sexta-feira textos revisados para as negociações agrícolas e de bens industriais, com o objetivo de promover um novo acordo para impulsionar a Rodada de Doha até o final deste ano. Como esperado, os documentos não alteraram as propostas existentes sobre tarifas e redução de subsídios, o que fica para uma reunião de ministros do Comércio proposta para abril. Mas os novos documentos incorporaram os resultados de intensivas negociações em uma série de questões técnicas nos últimos seis meses das negociações de Doha. "É prematuro falar alguma coisa agora. Mas é importante que (os textos) saíram e vamos ver se os textos dão a base para continuar as negociações", disse o negociador brasileiro, Roberto Azevedo. Ministros do Comércio dizem que a preocupação com a economia mundial criada pela crise de crédito acarretou em uma nova determinação dos participantes para completar a Rodada de Doha, lançada em novembro de 2001 para impulsionar a economia mundial. "A expansão contínua do comércio multilateral é uma apólice de seguro contra a instabilidades do mercado e até mesmo contra as turbulências financeiras", disse o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy. "No momento em que as nuvens estão escurecendo sobre a economia mundial, a Rodada de Doha é a única iniciativa global que pode reconstruir a confiança do comércio mundial, dos trabalhadores e dos consumidores", disse ele na quarta-feira. Mas as preocupações com a ecomomia podem alimentar os sentimentos protecionistas, fazendo com que fique mais difícil para os políticos vender um acordo comercial em seus países. APREENSÃO "Eu realmente tenho a sensação de que a apreensão com uma crise econômica está deixando as pessoas mais cautelosas com a assinatura de um acordo comercial, em vez de mais entusiasmadas", disse Carin Smaller, diretor do Projeto de Informação Comercial do Instituto para Agricultura e Política Comercial. Os textos foram divulgados pelo embaixador da Nova Zelândia na OMC, Crawford Falconer, que preside as negociações agrícolas, e pelo embaixador do Canadá, Don Stephenson, que cuida das negociações sobre bens industriais. Eles preparam o caminho para a reunião ministerial, pois resumem o acordo em uma série de questões técnicas, e deixam para os ministros escolher os tópicos políticos mais importantes. Os ministros querem concluir a rodada neste ano, antes de o novo presidente dos Estados Unidos assumir e se concentrar em ajustar sua administração. Dada a quantidade de trabalho técnico detalhado necessário para finalizar um acordo, os ministros têm que se reunir no máximo em abril, dizem autoridades. Países em desenvolvimento querem que os EUA reduzam seus subsídios agrícolas que distorcem o comércio e que outros blocos ricos, como a União Européia, abram os mercados agrícolas através de reduções tarifárias. Em troca, os países ricos querem que os em desenvolvimento abram seus mercados, reduzindo as tarifas industriais e liberalizando os serviços.

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