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Medida atrasou produção

Industriais já estudavam saídas para o problema

Foto do author Márcia De Chiara
Por Renato Cruz , Márcia De Chiara e Renée Pereira
Atualização:

Mesmo antes da suspensão das medidas pelo governo de exigir Licença de Importação (LI), a Nokia, que havia suspendido a sua produção de celulares em Manaus na terça-feira à tarde, informou que, ontem pela manhã, a situação havia se normalizado. As partes e peças de celulares haviam sido excluídas das medidas em uma lista divulgada pelo governo na terça-feira, antes mesmo da revogação da exigência. A Motorola disse que a fabricação de aparelhos de telefonia móvel em sua unidade de Jaguariúna (SP) havia sido afetada. No setor de máquinas, a preocupação com futuros problemas de abastecimento levou a direção da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq) a se reunir ontem para buscar uma saída para o problema, contou o diretor da entidade Carlos Nogueira, antes de saber que o governo havia voltado atrás na decisão. Na sua empresa, por exemplo, AMF Industécnica Equipamentos Industriais, especializada na fabricação de componentes e acessórios para máquinas-ferramenta, só havia estoques de matérias-primas importadas para duas semanas de produção. "Já tenho clientes reclamando do provável atraso nas entregas", contou Nogueira. Tida como empresa de pequeno porte, a filial brasileira importa da matriz alemã algumas matérias-primas básicas para a produção. Segundo o presidente da empresa, ontem à tarde não era possível acessar o site para dar entrada nas LIs em razão do grande número de interessados em solicitar o documento. O diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz, considerou intempestiva a decisão do governo de exigir as licenças prévias para importações. Mas ele defende o fortalecimento do Departamento de Defesa Comercial (Decom) do governo para evitar concorrência desleal durante a crise. Segundo ele, é preciso "aparelhar o Decom com mais profissionais e recursos" que possam defender a economia do País. A crítica das indústrias refere-se à invasão de produtos chineses em vários setores.

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