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Medida do BC em crédito para comércio exterior não reduz entrada de dólares

Houve rápida reação do mercado à decisão de que o Pagamento Antecipado passaria a ter prazo máximo de 360 dias; exportadores optaram por trocar o PA pelo ACC, mais flexível e menos tributado

Por Fernando Nakagawa e da Agência Estado
Atualização:

BRASÍLIA - A mudança nas regras de uma linha de crédito comum entre exportadores mudou o perfil do crédito ao comércio exterior em março. A medida, porém, não diminuiu a entrada de dólares por essa via do fluxo cambial, apenas mudou a composição do fluxo.

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Levantamento feito pela Agência Estado mostra que as empresas têm deixado de usar o Pagamento Antecipado (PA), que passou a ter prazo limitado de 360 dias. A alternativa tem sido o Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC). Em março até a última sexta-feira, dia 27, a média diária dos PAs caiu 25,9% na comparação com fevereiro, para o menor patamar dos últimos 12 meses. Como consequência, o volume diário de ACC cresceu 52,3%.

No acumulado do mês, a média diária de Pagamentos Antecipados para exportadores está em US$ 136,87 milhões, valor 45,7% menor que a média de igual mês em 2011. Por outro lado, a média de ACC concedida em março de 2012 alcançou US$ 260,04 milhões, cifra 27,6% maior que a vista um ano antes.

Os números mostram a rápida reação do mercado à decisão anunciada na noite de 1º de março, quando o Banco Central decidiu que o PA passaria a ter prazo máximo de 360 dias e deveria ser realizado apenas com o comprador das mercadorias ou serviços. A reação dos exportadores foi trocar a operação limitada por uma mais flexível e com menos tributação - o ACC.

A medida para o PA reforça o plano da equipe econômica de tentar impedir o excesso de fluxo de capitais estrangeiros para o Brasil. Com a restrição, operações com prazo superior ou realizadas com instituições financeiras passaram a ser tratadas como empréstimos tradicionais e, por isso, passaram a pagar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

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