Publicidade

Medida do governo chinês beneficiará aço do Brasil

Pressionado pelos Estados Unidos e Comunidade Européia, o governo chinês deve tirar subsídio às próprias exportações e beneficiar as siderúrgicas brasileiras

Por Agencia Estado
Atualização:

A siderurgia brasileira aguarda com ansiedade uma medida do governo chinês contra as próprias exportações de aço. Pressionados pelos governos dos Estados Unidos e da Comunidade Européia, os chineses devem anunciar nas próximas semanas uma medida que tirará vantagens dos exportadores do país. A previsão é que o governo de Pequim reduza de 8% para zero e, para alguns produtos, 3% os créditos devolvidos do imposto de 17% pago pelos produtos ao exportar o aço. A medida elevará o preço do aço chinês no mercado internacional em pelo menos 10%, avalia Rodrigo Barros, analista de siderurgia da Unibanco Corretora. Embora a siderurgia brasileira não sofra a concorrência direta dos chineses no Brasil, o repentino crescimento das exportações da China em 2006 alcançou mercados disputados também pelas siderúrgicas brasileiras. "Não será um benefício exclusivo para o setor siderúrgico brasileiro, mas todas as empresas serão beneficiadas", pondera Renato Vallerini , diretor de comercialização para o mercado externo do Sistema Usiminas-Cosipa. Produção Em 2006, a produção total de aço dos chineses atingiu 417 milhões de toneladas, crescimento de 18,5% em um ano. De importador, a China se tornou exportador. Em 2006, o país exportou 43 milhões de toneladas, mais do que a toda a produção brasileira. Um ano antes, o país não havia exportado uma única tonelada de aço. Com a importação de 19 milhões de toneladas, a China teve uma exportação líquida de 24 milhões de toneladas. No ano passado, o Instituto Latino Americano de Ferro e Aço (Ilafa) soltou um alerta sobre o risco de a super-produção chinesa desorganizar o mercado mundial de aço. Segundo Vallerini, o corte do crédito ao exportador chinês, parcial ou total, tem o efeito de pelo menos manter o atual volume de exportações da China. Há inclusive, de acordo com ele, chances de as exportações chinesas caírem até o fim do ano. José Marcos Trieger, diretor de relações com investidores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), avalia que a medida é capaz de tornar o preço mundial do aço "menos imponderável". No fim de 2006, era exatamente esta a perspectiva do mercado mundial: exportações crescentes da China e queda de preços. "A previsão inicial de que os preços cairiam poderá ser refeita, com a perspectiva de que os preços se mantenham em patamar favorável", diz Trieger.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.