11 de dezembro de 2008 | 13h10
O governo está fazendo os últimos acertos para anunciar as medidas de incentivo à atividade econômica nesta quinta-feira, 11. Por enquanto, os cálculos dão conta de uma desoneração da ordem de R$ 10 bilhões, embora este número esteja sujeito a alterações. Uma das principais medidas, por ter maior apelo popular, é a mudança na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Veja também: Lula encontra empresários e deve anunciar corte de impostos Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica Dicionário da crise Lições de 29 Como o mundo reage à crise Segundo a Agência Estado apurou, a correção da tabela do IRPF, apesar dos apelos das centrais sindicais, tende a ser mesmo de 4,5%. A desoneração nesse imposto seria pela introdução de duas novas alíquotas, uma inferior a 15% e outra inferior a 27,5%, dentro das faixas atualmente estabelecidas, ou seja, quem é isento continuará livre do IRPF. A medida tem foco na classe média, embora beneficie, ainda que em menor escalar, a camada mais abastada da população. O objetivo é aumentar a renda disponível dessa população e garantir que a roda do consumo continue girando. Dessa forma, o governo avalia que poderia contribuir para preservar o dinamismo do mercado interno, mesmo em um ambiente internacional altamente desfavorável. Na mesma linha de atuação, a equipe econômica vai tentar atacar o custo do crédito, por meio da redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Este tributo foi elevado no início do ano de 1,5% para 3,38% nas operações de crédito com pessoa física para fazer frente ao fim da CPMF, mas agora, diante do encarecimento do custo dos financiamentos, o governo deve reduzi-lo. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, cuja discussão foi antecipada pela Agência Estado na noite de terça-feira, tende a acontecer, mas, depois da reunião com as centrais sindicais, o governo tenta arrancar algum tipo de compromisso do setor automotivo para com a preservação de empregos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido há mais de duas horas com cerca de 30 empresários de diversos setores para discutir a situação econômica do País. A previsão era de que, se aprovado, o minipacote seria divulgado após o encontro. Segundo fontes, até o momento apenas os empresários se manifestaram. A reunião foi aberta pelo presidente Lula, que, em uma breve explanação, ressaltou a necessidade de manter a população esclarecida sobre a crise financeira. "O cidadão não esclarecido, mesmo com dinheiro na mão, não compra", disse o presidente, em rápido registro de imagem feito por fotógrafos e cinegrafistas, da reunião que prossegue agora, a portas fechadas.
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