Vinte milhões de empregos serão criados ou salvos em 2010 nos países do Grupo dos 20 (G-20), graças às políticas anticíclicas adotadas a partir do início da crise, disse ontem o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia. O ano começou, no entanto, com 212 milhões de desempregados em todo o mundo, um nível recorde, segundo a organização. Mas esse número é apenas a ponta do iceberg, porque muitos trabalhadores deixaram temporariamente de procurar emprego, por desânimo, outros foram forçados a trabalhar em tempo parcial, especialmente nos países em desenvolvimento, e outros estão em atividades informais, acrescentou Somavia. Desde 2008, houve um acréscimo de 100 milhões no contingente de trabalhadores pobres, por efeitos diretos e indiretos da crise, segundo estimativa citada por Somavia. Os governos terão de retirar os estímulos fiscais - cortes de impostos e aumento de gastos - e a geração de empregos ficará na dependência do setor privado, lembrou Somavia. Mas os governos, acrescentou, terão de dosar cuidadosamente a mudança de política, levando em conta a retomada do consumo pelas famílias e do investimento pelas empresas.Em muitos países, por causa da recuperação econômica ainda fraca, ''os estímulos fiscais planejados parra 2010 deveriam ser plenamente postos em prática'', recomendou.