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Medidas para aéreas são gradativas por conta de limite financeiro, diz ministro

Ministro da Infraestrutura destacou que outro foco são as linhas de crédito para capital de giro direcionado às empresas do setor

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Por Amanda Pupo (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que as medidas de auxílio ao setor aéreo frente à crise do novo coronavírus precisam ter uma "gradação" para que o governo possa acomodá-las em seu limite financeiro. "Tem que ter gradação para a gente acomodar no nosso limite da possibilidade financeira", disse. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o Ministério da Economia enfrentou um "dilema fiscal" ao planejar iniciativas de socorro às empresas do setor

"Tem que ter gradação para a gente acomodar no nosso limite da possibilidade financeira", disse o ministro da Infraestrutura Foto: Fábio Motta/Estadão

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Até o momento, o governo anunciou mudança nos prazos de pagamento das tarifas de navegação aérea, novas regras para reembolso de passagens aéreas e alteração no cronograma de pagamento em 2020 das contribuições fixas e variáveis nos contratos de parceria no setor aeroportuário. "São medidas para preservar liquidez e fluxo de caixa das empresas do setor", disse o ministro. 

Ele destacou que, no momento, outro foco são as linhas de crédito para capital de giro direcionado às empresas do setor, junto ao BNDES, Caixa e Banco do Brasil. Segundo o ministro, essas conversas já estão ocorrendo entre os bancos e as empresas, inclusive com algumas já fechando negócio. "Isso já está evoluindo bem, as empresas já estão conseguindo pegar alguma coisa em termos de crédito, e isso vai dando fôlego", disse Freitas. 

O monitoramento sobre as medidas é constante e, se for percebido que elas não são suficientes, outras iniciativas serão analisadas, afirmou o ministro. Ele deu como exemplo uma ideia de liberação de FGTS em casos de licença do trabalhador. "Não rompe vínculo de trabalho e o funcionário entra numa licença com parte da remuneração mas ganha o FGTS", explicou o ministro. Num outro momento, então, seria avaliado a necessidade de adiar o pagamento de tributos, como o PIS/Cofins, disse. O diferimento de impostos para as aéreas gerou grande expectativa no setor. 

Ainda segundo o ministro, quando passar o "pico agudo" da crise, o governo vai enfrentar um momento em que serão necessárias outras medidas de reaquecimento e estímulo ao setor aéreo. "Para retomar economia, de onde a gente parou, e volta essa agenda para estimular a entrada de mais companhias, estimular concorrência, novas regulações, aí vem um segundo ciclo de medidas", disse. 

Como revelou o Estadão/Broadcast, o pacote do Ministério da Infraestrutura para estimular a concorrência no setor aéreo prevê zerar o PIS/Cofins do querosene de aviação, quebrar a concentração de empresas na área de distribuição do combustível das aeronaves e introduzir no Brasil um querosene de aviação ligeiramente mais barato, entre outras iniciativas. Isso, no entanto, ficará para outro momento.  

O segmento de aviação é um dos mais afetados pela crise do novo coronavírus. Freitas destaca que grande parte dos voos já foram cancelados, e que "70% da frota está no chão". Segundo o ministro, os voos para o exterior saindo do Brasil devem ser "totalmente paralisados" nos próximos dias, uma vez que já há 90% de cancelamento. "No voos internos já estamos indo para 70% de cancelamento", disse, lembrando que o governo não tem a intenção de fechar aeroportos. 

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