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Medo de desaceleração global faz Bovespa voltar a janeiro

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

Uma nova rodada de queda pronunciada das commodities pesou sobre as ações ligadas ao setor e levou a Bolsa de Valores de São Paulo ao menor nível desde janeiro. O Ibovespa, que chegou a rondar queda de 4 por cento, reduziu suavemente o movimento no final dos negócios desta segunda-feira, caindo 3,51 por cento, para 55.609 pontos. O giro financeiro na bolsa totalizou 4,69 bilhões de reais. O medo de uma desaceleração da economia mundial impôs perdas em bloco nos mercados de grãos, petróleo e metais. O cobre caiu ao menor nível em seis meses. O barril do óleo voltou à casa dos 121 dólares, no menor patamar desde maio, mesmo com o risco de danos às instalações produtoras em parte dos Estados Unidos e com declarações do governo iraniano de que vai manter seu programa nuclear. "Está havendo uma liquidação generalizada dos investimentos em ativos ligados a commodities, por causa do medo de desaceleração da economia mundial", resumiu Rafael Moysés, gestor da corretora Umuarama. Contribuiu para essa análise a divulgação de um indicador apontando que os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram em junho na maior velocidade em mais de 25 anos, ao passo que a renda pessoal teve o menor aumento em um ano. Os resultado foi mais uma saraivada de ordens de venda de ações de maior peso no índice. As preferenciais da Vale desabaram 7,15 por cento, a 35,70 reais. Em dois meses, a mineradora já perdeu um terço do valor de mercado. A mesma tendência abateu as ações de siderúrgicas. As preferenciais da Usiminas tombaram 6,7 por cento, a 60,90 reais. Num ambiente francamente pessimista, os investidores não pouparam nem o Bradesco, que divulgou lucro recorrente recorde no segundo trimestre, turbinado pelo crescimento do crédito. As ações preferenciais do banco fecharam a 30,47 reais, com recuo de 5,7 por cento, um dos dez piores desempenhos do dia. Beneficiárias do efeito da queda do petróleo sobre os preços dos combustíveis, as companhias aéreas viram suas ações dispararem. As preferenciais da Gol puxaram a fila, com alta de 6,1 por cento, a 16,44 reais.

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