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Medo de encruzilhada nos EUA faz Bovespa cair 2%

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

O fantasma da estagflação nos Estados Unidos, reaceso nesta sexta-feira com petróleo e desemprego recordes, fez Wall Street tombar e arrastar consigo a Bolsa de Valores de São Paulo. O Ibovespa que vinha de uma alta de 3,69 por cento, até resistiu parcialmente, mas caiu 2 por cento, aos 69.785 pontos. O giro financeiro foi de 5,87 bilhões de reais. O noticiário foi amplamente desfavorável para os mercados. De um lado, o mercado norte-americano de trabalho atingiu taxa de desemprego de 5,5 por cento em maio, a maior desde outubro de 2004. De outro, o barril do petróleo deu um salto de 8,2 por cento, para o novo recorde de 138,30 dólares. A disparada seguiu-se a um relatório do banco de investimentos Morgan Stanley, analisando que a combinação de demanda asiática forte com tensões no Oriente Médio deve levar o barril da commodity a 150 dólares em um mês. "Os negócios foram contaminados por questões geopolíticas", disse Régis Abreu, diretor da Mercatto Gestão de Recursos. O medo de que pressões inflacionárias adicionais numa economia já combalida pela crise no setor imobiliário levou as bolsas de valores dos Estados Unidos a perdas maciças. O índice Dow Jones caiu 3,1 por cento, a maior queda diária em 15 meses. Na bolsa paulista, a alta do petróleo detonou vendas pesadas das ações de empresas atingidas pela alta da commodity. As ações preferenciais da petroquímica Braskem desabaram 4,3 por cento, a 13,20 reais, enquanto as ordinárias da Embraer recuaram 3,55 por cento, a 13,60 reais. As ações preferenciais da Petrobras, que recentemente vinham de mãos dadas com as cotações do petróleo, protegendo o índice de perdas mais profundas, desta vez pouco ajudaram. Os papéis ficaram praticamente estáveis, a 47,59 reais, leve alta de 0,06 por cento. De acordo com Abreu, a explicação pode estar na abertura de capital da OGX, empresa privada de petróleo cuja estréia na Bovespa deve acontecer na semana que vem. "O investidor estrangeiro que investe no setor pode estar querendo diversificar", disse. Com a quarta queda em cinco sessões, o saldo do Ibovespa na primeira semana de junho foi uma perda acumulada de 3,86 por cento, depois de um ganho de 7 por cento em maio.

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