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Mega fusão das cervejas deixa rivais 'de ressaca', diz jornal britânico

Jornais britânicos e dos EUA destacaram a compra da Anheuser-Busch pela InBev.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

A aquisição da cervejaria Anheuser-Busch pela belgo-brasileira InBev poderá deixar os rivais 'de ressaca', afirma um artigo publicado na edição desta terça-feira do jornal britânico The Daily Telegraph. "Com 26% do mercado global, três das cinco maiores marcas de cerveja, e uma produção anual estimada em 460 milhões de hectolitros, a nova cervejaria produzirá 60% a mais do que seu competidor mais próximo", afirma o artigo. O jornal diz que a maior vítima da fusão será provavelmente a SABMiller, que recentemente adquiriu a Grolsch e aumentou sua influência na China. "A InBev traz consigo as marcas Stella Artois e Beck's, ambas as quais poderão vender bem contando com o braço de distribuição da Anheuser por trás". "A Heineken e a SABMiller provavelmente também serão atingidas na China, o maior mercado mundial de cerveja. A Anheuser-Busch InBev terá uma fatia de 21% do mercado chinês e acesso à Tsingtao, a cerveja que mais vende no país". Brasileiro bilionário A edição desta terça-feira do jornal britânico The Guardian traz um perfil de Jorge Paulo Lemann, o brasileiro por trás das operações que transformaram a InBev na maior cervejaria do mundo após a fusão com a Anheuser-Busch. "Baseado na Suíça desde uma tentativa frustrada de seqüestro de seus filhos em 1999, o brasileiro moldou as pegadas de uma das aquisições globais mais agressivas já vistas até agora", diz o diário britânico. O jornal traça a trajetória do brasileiro que foi tenista antes de entrar para o ramo das cervejas, ao comprar a Cervejaria Brahma em 1989. A primeira grande fusão com a Companhia Antarctica Paulista, dando origem à Ambev, e depois com a belga Inbrew, em 2004, fez de Lemann um dos controladores da cervejaria "que hoje opera com a maior margem de lucros da indústria", diz o Guardian. "Ao se fundir com a Inbrew, cuja origem remonta a 1366, Lemann e seus associados, assim como três famílias aristocráticas belgas, contam com o mesmo número de assentos na diretoria, num acordo que ficou conhecido como uma fusão de iguais", diz o jornal. "Desde então, com seu protegido Carlos Brito como presidente, a Inbev persegue a todo custo uma agenda de corte de gastos e hoje abocanha os maiores lucros da indústria", diz o Guardian. Cara duro Os jornais americanos também destacaram nesta terça-feira a aquisição da Anheuser-Busch, fabricante da Budweiser, pela InBev. O New York Times levanta suspeitas sobre os planos da nova mega-empresa em expandir as vendas da Budweiser, a cerveja mais popular dos Estados Unidos. "Muitos analistas se concentram no corte de gastos que a companhia vai implantar na Anheuser-Busch e não nas oportunidades de expandir as vendas da Budweiser e da sua irmã, Bud Light, pelo mundo", diz o jornal. O Los Angeles Times traz uma reportagem no mesmo tom, enfatizando que "a InBev é comandada por brasileiros que têm sido agressivos no corte de gastos". "Eles vão instalar um tipo de disciplina que mudará o perfil da Anheuser-Busch", diz o jornal. "Carlos Brito é um cara duro", diz um dos analistas ouvidos pelo Los Angeles Times. "Ele poderá cortar a campanha de propaganda da Budweiser, que tem um histórico de sucesso, frear generosos patrocinadores e diminuir o número de distribuidores", prevê o diário americano. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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