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Megaleilão de energia negocia R$ 72 bilhões

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de sete horas e meia de negociação, o governo conseguiu fechar o megaleilão de energia velha de usinas já existente no País. No total, foram negociados 17.008 megawatts (MW) médios, que somaram cerca de R$ 72 bilhões. A venda de energia cobre 95,99% da quantidade de eletricidade demandada pelas 35 distribuidoras que participaram do evento. Os preços tiveram quedas expressivas que variaram em média de 28% para 21%. Nos contratos válidos a partir do ano que vem, o preço inicial de R$ 80,00 o Mwhora recuou para uma média de R$ 57,51 o MWh no final do leilão. Para os contratos a partir de 2006, o preço caiu de R$ 86,00 para uma média de R$ 67,33 o MWh. E para entregas a partir de 2007, o valor foi reduzido de R$ 96,00 para uma média de R$ 75,46. Os preços ficaram bem abaixo da expectativa do setor, que prevê problemas financeiros para algumas empresas. Mas, na avaliação da ministra Dilma Rousseff, o resultado foi considerado um sucesso. "Esse leilão demonstra maturidade de todas as empresas que atuaram no processo de forma transparente." Segundo ela, a compra e venda de energia visava especialmente resguardar a competição e transparência do processo, levando em conta que cada companhia tinha seus custos. Dilma afirmou ainda que o objetivo foi manter o equilíbrio do setor, já que havia empresas com grande grau de descontratação de energia e sem horizonte para seu fluxo de caixa. "O resultado nos permite afirmar que o leilão foi um sucesso para o investimento da expansão da geração de energia no futuro." Além disso, completou ela, o consumidor também será beneficiado pelo processo de compra e venda de energia mais barata. Para a ministra, a conclusão do megaleilão de energia velha é um estabilizador do marco regulatório do setor. O leilão - Previsto para as 10 horas, o leilão começou com uma hora de atraso por causa de problemas na senha dos participantes. Às 11 horas, as primeiras operações começaram depois do anúncio do preço inicial estipulado pelo governo. Vinte minutos depois, o leilão foi suspenso por causa da reclamação da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTE) que não teve o lance registrado. Uma auditora conferiu todo procedimento, indeferiu o pedido e deu continuidade ao leilão. Por causa disso, a empresa deixou o leilão. As operações foram reiniciadas às 12h23. Na sala de espera, onde foram montados dois telões para transmitir os resultados de cada rodada, a tensão tomou conta dos representantes de empresas que participaram do leilão. A cada rodada, os preços caíam e a preocupação aumentava. Os preços foram considerados baixos para boa parte das geradoras de energia que participaram do leilão. Segundo o superintendente de relações institucionais da Cemig, de Minas Gerais, Ayres Macarenhas, valores muito reduzidos preocupam, já que isso reduz a rentabilidade e geração de caixa da companhia. Com isso, cai a capacidade da empresa de investimento em novos empreendimentos do setor, argumenta ele. "Teremos um impacto pequeno nas tarifas dos consumidores e um impacto grande na geração de caixa".

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