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MEI: Senado aprova que pessoas com receita anual de até R$ 130 mil possam aderir a regime em 2022

Atualmente, limite para enquadramento no regime é de receita bruta anual de até R$ 81 mil; texto ainda precisa do aval da Câmara

Por Anne Warth
Atualização:

BRASÍLIA - O Senado aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira, 12, projeto que permite enquadrar pessoas com receita bruta anual de até R$ 130 mil na categoria de microempreendedores individuais (MEIs). Hoje, o limite para enquadramento é de receita bruta anual de até R$ 81 mil. A proposta, de autoria do senador Jayme Campos (DEM-MT), segue para a análise da Câmara dos Deputados.

O MEI foi criado em 2008 com o objetivo de incentivar a formalização de pequenos negócios e de trabalhadores autônomos. Com o registro, o microempreendedor pode ter CNPJ, emitir notas fiscais, alugar máquinas de cartão e também mais acesso a empréstimos. O enquadramento como MEI também possibilita pagamento de carga tributária reduzida e com recolhimento simplificado e cobertura do INSS.

Projeto permite que MEI contrate dois empregados - atualmente, é apenas um. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Outra mudança do projeto aprovado diz respeito ao número de empregados. Atualmente, os MEIs podem contratar apenas um empregado desde que receba, no mínimo, um salário mínimo (hoje, em R$ 1,1 mil). Com o projeto, serão autorizados dois empregados por MEI.

O relator, senador Marcos Rogério (DEM-RO), disse que havia 11,2 milhões de MEIs ativos no País no fim de 2020, alta de 8,4% em relação ao ano anterior. Esses microempreendedores correspondiam a mais da metade (56,7%) do total de negócios em funcionamento no País, segundo ele.

Se aprovadas também na Câmara, as novas regras entrariam em vigor em 1º de janeiro de 2022. A renúncia fiscal foi estimada pela Consultoria do Senado em R$ 2,3 bilhões em 2022, R$ 2,5 bilhões em 2023 e R$ 2,6 bilhões em 2024. O relator rejeitou emendas que tentavam incluir os corretores de imóveis como MEI, pois a atividade já conta com tributação especial.

"O projeto não propõe nenhum benefício exagerado ou favorece setores específicos, mas busca auxiliar microempresários que trabalham por conta própria, muitos dos quais enfrentam momentos econômicos difíceis em razão da pandemia, e incentivar o desenvolvimento de novos empreendimentos", afirmou Rogério.

"Destacamos que, diante dos altos índices de desemprego, muitos profissionais encontraram no empreendedorismo uma forma de gerar renda e explorar novas atividades econômicas. A proposição tem, assim, potencial para movimentar a economia e ajudar a reduzir os índices de desemprego, tanto por meio do incentivo ao empreendedorismo quanto por possibilitar a abertura de novos postos de trabalho."

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