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Meirelles afirma que alta de juro externo terá efeito menor

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje, durante palestra no Clube dos Diretores Lojistas do Rio, que uma eventual elevação dos juros no mercado americano vai afetar o Brasil "bem menos do que no passado". Para justificar esta perspectiva, Meirelles enumerou uma série de pontos que reduziram a vulnerabilidade do Brasil frente ao mercado internacional no último ano e no início de 2004. Entre estes pontos, está a redução do endividamento do País em dólar - para 17% do total, ante cerca de 40% no final de 2002 - e também a confiança dos investidores na estabilidade da economia brasileira no longo prazo. Outro ponto que reduziu a vulnerabilidade foi a diversificação da pauta de exportações do Brasil, tanto no que diz respeito à variedade de produtos quanto de mercados. "O país está muito menos sujeito às oscilações de um mercado específico hoje do que no passado porque aumentou, por exemplo, em 300% suas exportações para a China e em mais de 200% para a Índia e não é dependente de um único mercado", afirmou. Ainda sobre balança comercial, Meirelles comentou que a expectativa é de que o País supere este ano o saldo histórico de 2003. Atividade econômica e emprego Meirelles reiterou o otimismo com relação ao crescimento econômico nacional. Como exemplo do que ele chamou de uma retomada "sustentada da economia nacional", que vem sendo verificada desde o terceiro trimestre de 2003, Meirelles citou o crescimento de alguns setores da economia nacional já registrado este ano. Entre eles, mereceu destaque na palestra de Meirelles, o crescimento do setor de papel ondulado ? considerado um indicador para a retomada da atividade econômica. Meirelles também destacou que é "impossível obter uma linearidade de crescimento entre todos os setores econômicos?. Meirelles destacou também que o processo de retomada do emprego já está acontecendo. "Nos enganamos em pensar que a taxa de desemprego está aumentando. Na verdade, o que está aumentando é o número de pessoas que voltou a procurar emprego e por isso aumentam os índices de desocupação", justificou. Segundo ele, num primeiro momento a abertura de vagas não ocorreu porque as indústrias optaram por pagar horas extras. Mas, em seguida, já se deu o início da contratação. "Me perguntam se estou satisfeito e digo que não. Digo que ainda é preciso fazer muito, mas é também preciso lembrar que já fizemos bastante para manter a estabilidade econômica que é condição fundamental para obter o crescimento sustentado", afirmou.

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