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Meirelles afirma que dúvida sobre inflação explica juro alto

Outro fator citado por Meirelles na sua resposta sobre as altas taxas de juros no Brasil foi a relação dívida/PIB, que, segundo ele, esteve por muitos anos numa tendência errada

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que as taxas de juros no Brasil são muito mais altas do que em outros países por vários fatores. Um deles, de acordo com Meirelles, seria a incerteza ainda existente no mercado em relação à trajetória futura da inflação. Ele explicou que há uma diferença entre o juro real calculado com base na inflação futura projetada (taxa ex-ante) e o juro real calculado com base na inflação dos últimos 12 meses (taxa ex-post). "Perceberemos que ainda há um prêmio de inflação. Isso porque ainda há no mercado dúvidas sobre a trajetória real da inflação no futuro. Mas vai se tornar cada vez mais claro, à medida em que o tempo passa, por conta do compromisso deste governo com essa trajetória (de baixa)", disse. Outro fator citado por Meirelles na sua resposta sobre as altas taxas de juros no Brasil foi a relação dívida/PIB, que, segundo ele, esteve por muitos anos numa tendência errada. Muita gente no mercado, disse Meirelles, duvidava de uma melhora nessa relação dívida/PIB devido à imprevisibilidade das políticas adotadas pelos governos, influenciada por eleições ou algum choque. Meirelles também afirmou que o juro básico no Brasil, a taxa Selic, não influencia todas as taxas de juros na economia. "Você tem várias taxas influenciadas por diferentes taxas básicas, como o crédito rural e empréstimos imobiliários", afirmou. Previsibilidade A previsibilidade da política econômica do Brasil foi o tema mais destacado pelo presidente do BC a investidores e analistas, em palestra na Câmara de Comércio Brasil-EUA. Segundo Meirelles, a melhora nos números da economia e a queda do risco do País - taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro em relação à capacidade de pagamento da dívida do Brasil - reflete um aumento na previsibilidade e na estabilidade das políticas econômicas.

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