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Meirelles aposta em crescimento anual de 4% ou mais

Para que isso ocorra, segundo o presidente do BC, é necessário "fazer todo o dever de casa"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou, nesta sexta-feira, que o Brasil pode ter um crescimento econômico superior a 4% ao ano desde que faça "todo o dever de casa". "Poderia ser maior e temos certeza que será maior", afirmou. Para isso, segundo o presidente do BC, o crescimento tem de ser baseado em fundamentos sólidos e consistentes, e não em artificialismos. Entre os trabalhos a serem feitos, explicados durante seminário promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) que antecede a 47º Assembléia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Belo Horizonte, Minas Gerais, ele incluiu a necessidade de estabilização da economia, da eliminação de fatores de crise e a criação de condições para a atração de investimentos. "Não será euforias de curto prazo com incertezas amanhã que gerarão possibilidades de crescimento. É muito importante que frisemos essa questão da consistência e da solidez das questões de crescimento", afirmou Meirelles. Em outro trecho de sua exposição, o presidente do BC voltou a repetir que "medidas voluntaristas e artificiais geram apenas mais inflação e instabilidade econômica". Inflação Meirelles salientou que uma inflação estável é condição para que o Brasil possa crescer e atingir seu potencial. Segundo ele, a este indicador tem sido objeto de uma política consistente do Banco Central para a convergência das metas de longo prazo. Essa estratégia é consistente com a experiência internacional, acrescentou Meirelles ao fazer uma balanço das condições macroeconômicas atuais do Brasil. O presidente do BC também destacou o bom momento macroeconômico brasileiro. "O momento é auspicioso", disse, ao iniciar uma exposição de indicadores da economia. "O Brasil hoje tem uma plataforma sólida para o crescimento." O presidente do BC destacou as mudanças estruturais da economia, notadamente nas contas externas brasileiras e no perfil da dívida pública mobiliária federal. Queda Ele disse que a taxa de juros brasileira está em uma trajetória de queda "sólida e consistente", e não por "fatores voluntaristas ou artificiais", baseados em intervenção governamental. "Isso mostra que estamos em uma trajetória virtuosa de consolidação de condições de crescimento", afirmou. Meirelles destacou que a taxa de juros real média entre os anos de 1997 a 1999 foi de 21,4%, caindo para 15,2% no período de 2000 a 2003. Já entre os anos de 2004 e 2005, a taxa média foi de 11,4% e a expectativa do Banco Central é de que os juros reais médios de 2006 caiam para 10,4%, o que confirma a trajetória de queda. O presidente do BC permaneceu menos de 30 minutos no seminário, promovido pela CNI, explicando que embarcaria para Brasília, para participar da reunião do Conselho Monetário Nacional, marcada para o meio-dia. Meirelles disse que no sábado voltará para Belo Horizonte, para participar de outros eventos paralelos à assembléia dos governadores do BID.

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