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Meirelles: BC estuda mais medidas para banco pequeno

Por LEONARDO GOY E FABIO GRANER
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou hoje, sem dar maiores detalhes, que a instituição estuda medidas adicionais para aumentar a liquidez dos bancos de pequeno e médio porte. "Já tomamos medidas nesse sentido, entre elas a de liberar o compulsório para ser usado apenas na compra de carteiras de crédito dos pequenos e médios. Mas isso não está ocorrendo na medida esperada. E, assim, estudamos medidas adicionais para fazer com que se assegure que esses recursos cheguem na ponta", explicou. Ele participa neste momento de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado. Meirelles afirmou também que o BC vai direcionar parte dos dólares que vem vendendo nos leilões para as linhas de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) e de Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE). Segundo ele, são medidas já regulamentadas que o BC vai operacionalizar a partir de amanhã. Dólar Meirelles afirmou que as atuações do BC no mercado de câmbio para enfrentar os problemas de liquidez somaram US$ 32,8 bilhões até 28 de outubro. Desse montante, US$ 4,6 bilhões foram em vendas no mercado à vista, US$ 5 bilhões em linhas com compromisso de recompra da moeda americana, US$ 20,1 bilhões em contratos de swap cambial (operação em que o BC assume posição vendida em câmbio e comprada em taxa de juros), US$ 1,5 bilhão relativo a não rolagem de contratos de swap cambial reverso (operação em que o BC assume posição vendida em câmbio e comprada em taxa de juros) e US$ 1,6 bilhão em empréstimos para comércio exterior. Segundo Meirelles, essas intervenções só afetam as reservas internacionais nos casos de venda de dólares no mercado à vista. O presidente do BC informou ainda que, no âmbito do enfrentamento da crise de liquidez em reais, o BC já promoveu até 28 de outubro uma redução de R$ 51 bilhões no recolhimento de depósitos compulsórios. Brasil fortalecido Meirelles afirmou que o Brasil "tem condições, sim, de sair fortalecido da crise". Ele ponderou, entretanto, que "não se deve subestimar a dimensão da crise". Para o presidente da autoridade monetária, contam a favor do Brasil fatores como: a forte demanda interna, a diversificação da pauta de exportação, o volume de reservas e o fato de o País ter um banco central comprometido com o controle da inflação.

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