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Meirelles: Brasil deve integrar fórum de estabilidade

Por FABIO GRANER E NÉLIA MARQUEZ
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou hoje que tem indicações claras de que o Brasil será um dos primeiros países emergentes a ter assento permanente no Fórum de Estabilidade Financeira, órgão que está trabalhando na formulação de políticas regulatórias do mercado financeiro internacional. Segundo ele, a proposta de inclusão de países emergentes nesse fórum foi feita pelo Brasil. Durante apresentação em audiência pública na Comissão Mista do Congresso, Meirelles também destacou que um fato importante recente é que o G-20 (grupo que reúne, além de países ricos, grandes emergentes) está ganhando relevância como órgão de coordenação de políticas entre os países. Segundo ele, esse movimento é natural dada a crescente importância dos países emergentes no funcionamento da economia mundial. Juros Meirelles afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai analisar todos os fatores que estão influenciado a economia brasileira para "tomar a melhor decisão para a sustentabilidade do crescimento da economia brasileira", em sua próxima reunião, no início de dezembro. A afirmação foi feita em reposta aos questionamentos sobre por que o BC não promove uma redução agressiva dos juros, como a que está ocorrendo nos países desenvolvidos. Segundo Meirelles, as economias maduras estão em processo de recessão e deflação e, por isso, é adequado que promovam redução do juro. Por outro lado, ele lembrou que os países emergentes, como a Rússia, que estão sofrendo desvalorização cambial, estão subindo as taxas de juros. "No Brasil é um caso diferente, certamente o BC vai se reunir e vai levar em conta todos os fatores da economia para tomar a melhor decisão para a sustentabilidade do crescimento da economia brasileira. Não antecipamos decisão; o BC está atento a todos os desenvolvimentos dos mercados", afirmou Meirelles. "É importante que cada país tome uma decisão adequada ao seu caso", acrescentou. O presidente do BC também ressaltou que não se pode esquecer da inflação, pois esta não é a forma de se crescer rapidamente. Mantega Em discurso durante reunião com movimentos sociais, no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou como positiva a decisão do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, de anunciar os integrantes de sua equipe econômica. Com isso, segundo Mantega, Obama "já começa a tomar as rédeas do processo decisório da economia". O ministro destacou que um dos problemas para o enfrentamento da crise financeira mundial é que os Estados Unidos, país-chave no processo, encontra-se em um processo de transição, uma vez que o presidente eleito só tomará posse no cargo em 20 de janeiro. "Esse vazio de poder dificulta a tomada de decisões e medidas para enfrentar a crise", afirmou o ministro, lembrando que a conjuntura atual exige ações muito rápidas por parte dos governos.

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