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Meirelles defende prudência do BC em cortar juros

Por FABIO GRANER E RENATA VERÍSSIMO
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu a estratégia gradualista adotada pelo BC na condução da política monetária e afirmou que as decisões atuais do Comitê de Política Monetária (Copom) terão efeito no segundo semestre de 2008 e ao longo de 2009. Ele afirmou que nenhum banco central atua para impactar a inflação corrente ou do mês passado. "A inflação corrente resulta de decisões de política monetária tomadas no passado", afirmou. Depois de dois anos de cortes sucessivos na taxa básica de juros nacional, o Banco Central interrompeu a trajetória de queda da Selic na última reunião do Copom, ocorrida em meados de outubro. A decisão de manter o juro em 11,25% ao ano foi unânime entre os integrantes do colegiado. Meirelles explicou que o gradualismo é justificável porque os choques sobre a economia têm persistência ao longo do tempo e, além disso, as informações sobre a economia ficam disponíveis para o Banco Central de forma gradual. "Por isso, a atitude mais prudente é adotar variáveis de política monetária de forma gradual.O gradualismo evita reversão abrupta de rumo, ou seja, evita altas muito fortes nos juros", disse. Ele afirmou que a estratégia contribui para uma evolução positiva da economia. Segundo Meirelles, a ação do BC tem de ser preventiva e a avaliação sobre as decisões de política monetária não podem ser feitas no curto prazo, e que isso induz a erros de julgamento. Para ele, a atuação do BC tem evitado a volatilidade na inflação e contribuído para aumentar a resistência do País às turbulências internacionais. Crescimento Meirelles afirmou também que, apesar da crise externa, espera a continuidade do crescimento econômico do Brasil. Segundo ele, fatores como crescimento da renda, do crédito e da massa salarial vão sustentar a trajetória de elevação do nível de atividade. "A demanda doméstica deve permanecer como elemento propulsor da economia brasileira", disse Meirelles. Para o presidente do BC, o Brasil está mais preparado para enfrentar as turbulências, porque tem fundamentos positivos da economia, como a dívida pública interna, a inflação em trajetória cadente e em linha com a meta, além das reservas em alta.

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