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Meirelles diz que BC não é responsável por meta de crescimento

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, esclareceu hoje que há uma discussão no âmbito do governo federal sobre a possível adoção de um objetivo para o crescimento econômico do País. Meirelles fez questão de ressaltar que a eventual adoção de um objetivo, não se sabe ainda se através de uma meta, não altera a responsabilidade do Banco Central de perseguir apenas a estabilidade dos preços. Em outras palavras, não seria o BC o agente do governo que cumpriria ou perseguiria tal objetivo de crescimento. "Além da meta de inflação que o Banco Central persegue, é necessário que o País tenha um objetivo de crescimento que extrapole e, em muito, o Banco Central", enfatizou buscando sempre diferenciar este objetivo do crescimento com a atuação do BC. Segundo ele, a agenda do crescimento é uma agenda do governo, do Congresso, dos empresários e da Sociedade. É isso que colocou o presidente", explicou. O presidente do BC disse ainda que o Brasil tem hoje condições adequadas para definir objetivos de crescimento, mas evitou afirmar que tal objetivo seria dado, por exemplo, através da fixação de uma meta para o PIB. "Nós (governo) estamos discutindo isso. Já há algumas coisas definidas, por exemplo, as medidas que já estão no site da Fazenda sobre a agenda de crescimento. Estamos discutindo e não temos ainda a forma final." Meta de crescimento Meirelles referiu-se ainda a uma entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual admitiu a possibilidade de um objetivo para o crescimento. Nesta entrevista, Lula propôs atrelar a meta de inflação aos índices de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2005, já há uma meta de inflação definida, em 4,5%. O fato é que o Brasil tem hoje uma meta de inflação e, para alcança-la, o Banco Central determina a Selic, a taxa básica de juros da economia, que funciona como uma referência para o comportamento dos juros no mercado. Na prática, o crescimento econômico está vinculado à tendência de juros, já que as empresas e o País têm mais dificuldades para crescer quando os juros estão mais elevados. O mesmo que dizer que juros mais baixos estimulam o consumo e abrem as chances de crescimento para o País. As declarações de Lula parecem sinalizar que há uma intenção de tratar os dois assuntos de forma conjunta, já que há forte influência de um sobre o outro.

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