Contrariando a informação de fontes do Ministério da Fazenda sobre a desistência da equipe econômica de perseguir o centro da meta de inflação em 2009, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, afirmou que "o compromisso do BC é com a meta de inflação". Deixou, porém, aberta a possibilidade de revisões. "Certamente levamos em conta todas as evoluções do mercado, o impacto da economia nas projeções de inflação, os níveis de incerteza e o balanço de risco destas projeções. Vamos divulgar, no momento adequado, os nossos documentos oficiais à respeito, mas nosso compromisso é com isso: a manutenção da estabilidade de preços no País", detalhou. Sobre a preocupação em relação à escassez da oferta crédito no País, Meirelles lembrou que "as medidas estão em andamento e uma boa parte do compulsório é liberada na medida em que haja a concessão de créditos." Ele citou como exemplo o caso da concessão de crédito para bancos médios e pequenos para que estes bancos possam continuar emprestando. "No caso das linhas de empréstimo com garantia de moeda estrangeira, nós também temos uma vinculação direta, onde os bancos são obrigados a conceder créditos diretamente", completou. "O BC está monitorando cuidadosamente esse quadro e do mercado de crédito e tomaremos as medidas necessárias para que seja preservada a integridade do sistema", afirmou. O presidente do BC brasileiro ressaltou que a região hoje tem a uma situação fiscal melhor do que no passado. "A adequação do nível de reservas à conjuntura internacional, que é superior ao que havia no passado; as condições de funcionamento dos mercados estão melhor protegidas; a regulamentação prudencial tem avançado muito; e o que é importante é que a região dá mostra de que se encontra melhor preparada", ressaltou. Para Meirelles, o risco que a região corre neste momento "está todo relacionado com a evolução do que ocorrer com os Estados Unidos". Meirelles fez as declarações durante encontro hoje, em Santigo do Chile, com vários presidentes de BCs da América Latina.