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Meirelles diz que crédito pode crescer ainda mais no País

Relação de 31% sobre o PIB é inferior à de outros países emergentes

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou ontem que, mesmo com a expansão significativa do crédito nos últimos anos no País, há espaço para mais crescimento. Ele disse que a relação de 31% com o Produto Interno Bruto (PIB) é inferior à encontrada em outros países emergentes. "Ainda há espaço para expansão do crédito no Brasil", afirmou. Meirelles fez palestra durante seminário sobre Perspectivas Econômicas Regionais, organizado pelo Ministério da Fazenda e o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O ponto positivo ressaltado por Meirelles em relação ao estudo sobre o Brasil que o FMI divulgou ontem diz respeito aos avanços realizados recentemente na direção da diminuição da pobreza extrema. "Tivemos queda de sete pontos porcentuais desde 2002, e isso se deve ao aumento do salário mínimo e ao programa Bolsa Família, entre outros." O presidente do BC fez uma detalhada exposição sobre a melhora da economia brasileira nos últimos anos e durante o período de crise das hipotecas americanas do subprime. Ele também ressaltou que o mercado de capitais está avançando de maneira muito adequada e que isso propicia acesso a recursos de maiores prazos, principalmente às grandes empresas. Quanto à crise das hipotecas, o presidente do BC comparou a evolução da Selic e das taxas interbancárias no Brasil com a das taxas dos mercados americano e europeu. Segundo ele, houve grande volatilidade em todas as regiões, mas nos EUA e na Europa as taxas superaram as metas, enquanto no Brasil não houve descolamento com a meta fixada pelo BC. O presidente do BC ressaltou também que a melhora apresentada pela dívida líquida em relação ao PIB, o acúmulo de reservas internacionais e a inflação constantemente dentro da meta vêm refletindo positivamente no custo de capital para o governo e empresas privadas. Meirelles analisou ainda os contratos de investidores estrangeiros na BM&F, mostrando, num primeiro estágio da crise do subprime, uma aposta na queda do real que, posteriormente, se inverteu. De acordo com Meirelles, não há dúvidas de que este é um momento importante para discutir e aprofundar um estudo sobre a América Latina e o Caribe. Ele ressaltou, no entanto, que se trata de um trabalho muito difícil, porque a região apresenta experiências específicas e, em alguns casos, complexas e diferenciadas. "Não é simples detectar tendências, mas existe um processo de convergência na região da consolidação macroeconômica", avaliou. "É um desafio tirar conclusões mais gerais sobre a América Latina e Caribe", concluiu.

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