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Meirelles estima que PIB do Brasil avance 2,5% em 2018

Previsão não constava em projeto do orçamento apresentado na quarta-feira; ministro diz que, com reformas, País pode voltar a crescer a uma média de 4% ao ano

Por Fernando Nakagawa , Claudia Trevisan e enviados especiais
Atualização:
Representantes do governo brasileiro estão na China para reunião do G-20 Foto: Divulgação/Presidência

Durante a apresentação a empresários e investidores realizada mais cedo em Xangai, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apresentou um quadro que mostra a previsão do governo de crescimento de 2,5% para a economia brasileira em 2018. O número não constava da apresentação do Orçamento de 2017. Para o investimento, Meirelles prevê que o indicador chegará ao patamar de 20,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018.

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"Isso não quer dizer que a gente vai parar por aí. A tendência histórica é ter taxas substancialmente maiores. Vamos fazer as reformas para o Brasil ter taxas de crescimento de 4% em média", disse o ministro da Fazenda no seminário Brasil - China realizado nesta sexta-feira antes da participação brasileira na reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo, o G-20.

Para 2016, Meirelles repetiu a expectativa de 1,6%. No investimento, Meirelles prevê retomada que deve terminar 2016 em 17,4% do PIB. No próximo ano, o Ministério prevê salto com volume equivalente a 19,2%. No ano seguinte, em 2018, o número chegaria a 20,9% - mesmo patamar visto em 2013. Os números foram considerados "substanciais" e Meirelles lembrou que o investimento já começa a reagir, conforme os dados trimestrais do PIB divulgados no fim de agosto

O ministro destacou que a solução do problema macroeconômico no Brasil não virá em dias ou semanas. Meirelles argumentou que um eventual anúncio de medida de curtíssimo prazo não resolveria o problema, ao contrário. Uma iniciativa dessa natureza poderia até gerar ainda mais frustração entre os agentes econômicos.

Meirelles reconhece que alguns agentes podem levantar perguntas em tom de cobrança sobre o ritmo do trabalho da equipe econômica como: "Mas cadê as reformas?" e "Não aprovou ainda?". "Acho que ainda nos compete esclarecer e explicar o seguinte: estamos pela primeira vez em 28 anos fazendo uma mudança estrutural das contas públicas e das despesas, o que envolve uma mudança na Constituição".

"Isso é um processo que tende a demorar alguns meses. Não existe país que faça mudança na Constituição dessa dimensão em poucos dias ou poucas semanas", disse Meirelles.

O ministro da Fazenda comenta que, diante da deterioração fiscal, às vezes eram anunciadas "medidas intensas, mas que não resultavam em muita coisa. Tanto (é verdade) que as despesas aumentavam" algum tempo depois. Em algumas situações, a ansiedade por medidas pode levar a uma "atitude frenética que aparenta um ganho de curto prazo, satisfaz a ansiedade, mas não resolve o problema", diz o ministro.

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Credibilidade. Meirelles nega que o governo tenha perdido a credibilidade entre os agentes do mercado financeiro, especialmente sobre a perspectiva de resolução do problema macroeconômico. Após a chegada da comitiva brasileira à cidade de Hangzhou, o ministro avaliou que a tramitação da emenda à constituição para limitar aumento de gastos públicos pode ser considerada "rápida".

"Não existe essa erosão de confiança", disse o ministro em entrevista à imprensa brasileira. "A minha medida de confiança do mercado está expressa nos índices de confiança, seja do comércio, da indústria, de serviços e do consumidor. Esses índices estão subindo fortemente. Então, a confiança está cada vez maior, está se reforçando" disse Meirelles. 

O ministro reconhece que há preocupação sobre a solução do problema fiscal, mas nota que a solução efetiva exige medidas estruturais. Ao lembrar que os gastos têm apresentado crescimento consistente desde 1991, o ministro argumentou que as soluções não são simples e rápidas. "Exatamente por isso que nós estamos enfrentando a questão constitucional", disse.

Mesmo com essa dificuldade para a tramitação, o ministro da Fazenda avalia que o tema tem evoluído "muito rápido". "O procedimento constitucional está seguindo muito bem. As audiências públicas estão caminhando. O cronograma está indo aceleradamente", disse. "Considerando-se a dimensão da mudança, acho que ela está indo muito rápido". 

Com o avanço da emenda constitucional aprovada e outras medidas complementares, o ministro diz ter "certeza que esse ganho de confiança será maior".

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