O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou que a regulamentação do sistema financeiro internacional caminhará para um modelo em que as exigências de capital por parte dos bancos irão variar de acordo com o ritmo da atividade econômica. Em períodos de expansão, as instituições trabalharão com níveis de capital e provisões elevados. Caso ocorra uma crise, esses excessos serão utilizados para garantir a retomada do crescimento. "Nos momentos de expansão é que os problemas são criados", disse, durante o jantar de final de ano da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), realizado ontem à noite.Alterar as regras de exigência de capital de acordo com o momento é um dos temas em estudo pelos reguladores internacionais, como o Comitê de Basileia. Quando aprovados, serão adotados também no Brasil. O próprio Meirelles já defendeu esse sistema anticíclico durante jantar, realizado há um ano, para essa mesma plateia.Meirelles lembrou que são diversas as alterações em estudo no âmbito internacional para aperfeiçoar o sistema financeiro e evitar novas crises, mas que o Brasil já adota várias dessas medidas. Os bancos trabalham com um índice de Basileia de no mínimo 8%, ou seja, o patrimônio do banco deve ser equivalente a essa porcentagem mínima do total de empréstimos concedidos. No Brasil, o indicador adotado é de ao menos 11%. Além disso, os bancos devem registrar em seus balanços provisões para créditos de liquidação duvidosa como forma de reduzir os efeitos de possíveis calotes.