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Meirelles: inflação é que define o comportamento do juro

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Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

É a inflação que define o comportamento das taxas de juros, lembrou hoje o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, durante palestra na sede da Demarest & Almeida Advogados, em São Paulo, a empresários e representantes de instituições financeiras. "Vou fazer aqui um comentário de Banco Central, em nome do Copom (Comitê de Política Monetária): alguns dizem que as taxas de juros no Brasil são elevadas demais, exageradas. Agora, o que define se uma taxa de juros está exageradamente alta ou baixa é a inflação", argumentou. Ele lembrou que o Brasil é um dos países que seguem o sistema de metas de inflação (desde junho de 1999) e que um dos instrumentos mais bem-sucedido de combate à elevação dos preços é a taxa de juros. "Com um BC leniente, para manter a taxa de juros muito baixa, a inflação sempre estará acima do piso", continuou. Para Meirelles, a inflação brasileira está exatamente onde deveria estar: orbitando em torno do centro da meta de inflação (de 4,50% para este e o próximo ano), levando-se em consideração o intervalo de tolerância (de 2 pontos porcentuais para cima e para baixo). "Tecnicamente é difícil dizer que a taxa de juros no Brasil é alta demais", alegou. Ele disse ainda que, se as taxas de juros são consideradas elevadas, é preciso lembrar que o Brasil teve o maior histórico de hiperinflação no mundo e que apresentou por várias vezes também crises cambiais. "É normal que os preços de risco caiam paulatinamente", disse. Meirelles citou ainda que a taxa de juro real brasileira vem sendo reduzida nos últimos anos. Segundo ele, a média da taxa de 1996 a 1999 estava em 18,4% ao ano; passou para 15% de 2000 a 2003; diminuiu para 11,5% ao ano em 2004 e 2005 e atingiu a média de 8,4% ao ano nos últimos dois anos. "Chegou perto dos 40% em um período recente", destacou, referindo-se a 1998.

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