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Meirelles reafirma que Brasil não tem meta de câmbio

País deixou "seu período de crises periódicas para trás", disse presidente do BC

Por Agencia Estado
Atualização:

Em meio à contínua queda do dólar no mercado brasileiro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira que o Brasil não tem uma meta para a taxa de câmbio e que a oscilação do real está diminuindo. "Felizmente ou infelizmente o BC não tem meta para o câmbio", afirmou Meirelles em meio ao forte debate no Brasil sobre o rumo do real e a atuação do BC. Segundo ele, são equivocadas as análises que atribuem os fluxos financeiros ao fortalecimento do real. "Quem olhar os números verá que não é isso." De acordo com Meirelles, os fortes resultados da balança comercial ajudam a explicar a valorização da moeda brasileira. Ele mostrou também, durante palestra no Fórum Brasil 2007, que todas as vezes que os preços internacionais das commodities sobem, o real se valoriza ante o dólar. Após a palestra, questionado sobre a declaração sobre a meta de câmbio, ele explicou que não estava fazendo "juízo de valor". "Tudo depende do ponto de vista de cada um", afirmou. "O que eu salientei é que os fluxos comerciais com o Brasil tem sido os grandes responsáveis pela evolução da taxa de câmbio", comentou. O presidente do BC disse que não se sente pressionado diante das inúmeras críticas que a instituição vêm recebendo pelo redução do ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 13% ao ano), e pela valorização do real. "O que sinto é que, na medida em que a estabilidade econômica do País se consolidou, a ansiedade para o País crescer mais, para uma redução maior da taxa de juros, aumenta", observou. "Compete ao BC cumprir sua função determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e ele vem fazendo isso." Meirelles ressaltou que o BC, ao reduzir a inflação e cumprir com suas funções, está dando uma contribuição fundamental para que o País possa crescer mais e de forma sustentável no futuro. Questionado por um jornalista se sentia "um vilão" no debate sobre o crescimento econômico diante das recentes críticas, ele respondeu: "essa avaliação não é unânime no País, pois as pesquisas mostram que a maior parte da população brasileira apóia a queda da inflação. A política do BC é amplamente apoiada pela maioria da população brasileira". Ao fazer um breve discurso na abertura do fórum, em Lisboa, disse que as crises da economia brasileira são coisas do passado e ressaltou o atual debate sobre o crescimento no País. "É um momento interessante par a discutir o Brasil, que passa uma fase importante, após deixar seu período de crises periódicas para trás. "Essas crises são parte da história, do passado", afirmou o presidente do BC. Ao lado do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, Meirelles acrescentou que a prioridade agora é encontrar formas para que o País cresça mais. "Temos mesmo que ter ansiedade de crescer mais", disse o presidente do BC. Matéria alterada às 16h21 para acréscimo de informações

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