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Melhora das bolsas e fluxo provocam nova queda do dólar

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Por Silvio Cascione
Atualização:

O fluxo cambial positivo e a melhora de humor nas bolsas de valores motivaram queda do dólar nesta quinta-feira, que encerrou o dia na menor cotação de fechamento desde outubro de 2000. A moeda norte-americana caiu 0,32 por cento e encerrou cotada a 1,855 real. No mês, o dólar caiu em 10 das 14 sessões e já acumula baixa de 3,89 por cento. "(A queda do dólar foi) basicamente por fatores externos, como a recuperação das bolsas internacionais e do mercado europeu. E o fluxo continua positivo", resumiu Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa de Investimento. Nos Estados Unidos, o mercado desviou o foco do setor de crédito imobiliário de risco e operou em alta desde a abertura, animado com resultados corporativos mais fortes que o esperado de empresas como a IBM. Na terça-feira, os temores de que os problemas nas hipotecas norte-americanas atinjam com mais força o restante da maior economia do mundo justificaram a queda dos principais índices em Wall Street. O mercado europeu se comportou de forma semelhante nesta sessão, com alta superior a 1 por cento em algumas bolsas devido a lucros acima do previsto de algumas companhias de peso. Nobrega citou também a continuidade da entrada de dólares no Brasil, com destaque para as operações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que durante o dia superou a marca histórica de 58 mil pontos. "O fluxo continua muito positivo, hoje teve leilão de títulos públicos... Fora isso tem alguns IPOs (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) que estão ocorrendo com liquidação na semana que vem", disse ele, listando algumas operações que atraem dólares para o país. A sessão teve pouca volatilidade, e o dólar se manteve sempre acima de 1,850 real. Para João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer, o patamar pode ter oferecido suporte à cotação da moeda norte-americana. "O quadro é relativamente tranquilo, e aqui dentro todos os fundamentos são muito bons. (O dólar) aponta só para baixo", observou Medeiros. Na última hora de negócios, o Banco Central realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista. Na operação, a autoridade monetária definiu corte a 1,8550 real e aceitou, segundo operadores, 15 propostas. Agentes de mercado descartaram repercussão sobre o dólar do corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juro. A decisão, anunciada na véspera pelo Comitê de Política Monetária (Copom), já era amplamente esperada pelos investidores.

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