PUBLICIDADE

Melhora do preço da soja compensa perdas com suínos

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

A tendência de alta dos preços agrícolas, como soja e milho, está ajudando a compensar a queda na cotação do suíno, afetada pelas notícias da gripe. A soja, por exemplo, atenuou as perdas que a fazenda Anália Franco, de Itapetininga (SP), teve com a suinocultura. Com uma produtividade de 3,2 mil kg de soja por hectare - boa para o padrão de terras para a região em cultura não irrigada -, a fazenda vendeu a saca de 60 Kg por R$ 50. "É um um preço excelente", diz o gerente de produção da fazenda, Fernando Chavarelli Galvão. Segundo ele, o mercado de soja respondeu a problemas climáticos ocorridos na Argentina, Uruguai e Paraguai. A expectativa é de uma reação no preço do milho que, na sexta-feira, estava cotado a R$ 20 na região. Na safra de 2008, a saca de milho chegou a R$ 27, mas há duas semanas tinha atingido R$ 18. Os cultivos da segunda safra de milho, a chamada safrinha, sofreram perdas de até 30% por causa da estiagem nas principais regiões produtoras: norte e noroeste do Paraná, centro-sul do Mato Grosso do Sul e sudoeste de São Paulo. A fazenda está em plena colheita do milho safrinha. Galvão estima o custo de produção em cerca de R$ 17 por saca. "O preço precisa subir um pouco mais para ficar bom." A produção de soja e de milho é absorvida, em parte, pela granja de suínos. Os grãos são componentes importantes da alimentação dos plantéis de recria e engorda de suínos. Por essa razão, outros produtores agrícolas da região temem que os efeitos da gripe interfiram na cotação dos grãos. O gerente de produção da fazenda São Paulo, de Itapeva (SP), João Jacinto Dias de Almeida, decidiu reprogramar os plantios em vista da nova conjuntura. "Vou plantar menos milho e mais soja." Com o mercado globalizado, observa, uma seca no Hemisfério Norte, por exemplo, causa grande repercussão aqui.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.